Em entrevista ao “Bom Dia, Nordeste”, da Verdinha 92.5 e da TV Diário, o presidente da entidade, Amílcar Silveira, falou com otimismo de Polos e Perímetros de Irrigação, Algodão do Ceará, relação com o governo do Estado e Pecnordeste 2025.
Nesta e na próxima semana, a Verdinha 92.5 e a TV Diário estão promovendo, das 8h30 às 9 horas, no programa “Bom Dia, Nordeste”, ancorado pelos jornalistas Tom Barros e Daniela de Lavor, entrevistas com lideranças do empresariado e da política do Ceará sobre as Perspectivas para 2025, do ponto de vista de cada setor.
Ontem, o entrevistado foi o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec), Amílcar Silveira, para quem este ano promete ser de grandes realizações em vários setores da economia primária cearense.
Este colunista participou da entrevista e a primeira pergunta que fez foi como os pequenos produtores rurais receberam a notícia das mudanças feitas pela Receita Federal na fiscalização da movimentação financeira do Pix, de cartões de crédito e de outros meios de pagamento por pessoas físicas e jurídicas, algo que está gerando uma grande discussão no país.
O presidente da Faec disse que, assim como nas outras áreas da atividade econômica, essas mudanças têm gerado preocupações, principalmente nos pequenos produtores rurais que hoje usam o Pix para fazer ou receber pagamentos.
Ao saber que, agora, suas operações financeiras já têm, desde o dia 2 deste mês, uma vigilância maior e mais severa do Fisco, eles estão, naturalmente, excitados, considerando a possibilidade de entrar na malha fina da Receita. “E quem cai na malha fina geralmente é tributado, e com multa”, disse Amílcar Silveira.
Depois, ele deu resposta à pergunta sobre o Projeto Algodão do Ceará, que – em parceria com a Fiec, o Sebrae e o governo do Estado – a Faec lançou em setembro do ano passado com o objetivo de devolver ao protagonismo nacional que teve a cotonicultura cearense até os anos 80.
Amílcar Silveira informou que o projeto “vai se desenvolvendo bem, mas não na velocidade que desejávamos, uma vez que o cultivo do algodão, hoje, é feito com alta tecnologia que envolve o tratamento e o enriquecimento do solo, o uso de sementes selecionadas, o combate à praga do bicudo, que sobrevive, exigindo investimento no seu combate com o uso de defensivos modernos e com pulverização aérea”.
Ele lembrou que o Ceará chegou a produzir algodão em 1,3 milhão de hectares, área que no ano passado foi reduzida a 2.500 hectares. Mas revelou que, na Chapada do Apodi, o algodão do Ceará é cultivado com tecnologia de ponta e com irrigação.
Amílcar Silveira confirmou que, na Chapada do Araripe, na região do Cariri, no Sul do Estado, produtores de Mato Grosso ocupam já 3 mil hectares, cujo solo está sendo preparado para, dentro de dois anos, produzir algodão. Por enquanto, eles plantam soja e outras culturas, como preparação para o plantio de algodão.
O presidente da Faec disse que a Chapada da Ibiapaba é hoje o principal polo da moderna hortifruticultura do Ceará. Lá, usando a tecnologia do cultivo protegido, ou seja, sob estufas, está sendo disseminada em alta velocidade em aérea equivalente a 800 hectares, na qual se produzem-se pimentões coloridos e tomates que são comercializados para as grandes cadeias de supermercados. Essa tecnologia já chegou ao Cariri, onde crescerá ao longo dos próximos anos.
Como vão as relações das lideranças do agro com o governo do Estado? – foi outra pergunta. Amílcar Silveira respondeu assim, mas com outras palavras:
“Muito boas e respeitosas. O governador Elmano de Freitas tem dispensado especial atenção à agropecuária. Como exemplo, posso citar sua determinação de reduzir – como efetivamente se reduziu – a burocracia para o licenciamento ambiental das fazendas de criação de camarão, o que ampliou a carcinicultura no interior do Ceará, uma atividade em rápido crescimento e que dá emprego a centenas de famílias, principalmente no Vale do Jaguaribe, incluindo Morada Nova e Jaguaruana.”
O presidente da Faec falou, também, da Pecnordeste, que neste ano de 2025 baterá todos os seus recordes de público, de expositores, de estandes, de palestras técnicas e de eventos, entre os quais o Concurso Leiteiro, o Encontro das Mulheres do Agro e o Encontro dos Jovens do Agro, a Feira do Camarão e a Feira dos Municípios que terá a participação de 30 prefeituras.
“Ocuparemos todos os espaços do Centro de Eventos do Ceará”, anunciou Amílcar Silveira.