Exportações do Ceará, de janeiro a setembro deste ano, caíram 19,3%

As vendas de castanha de caju para o exterior desabaram 31,4%. As de frutas tiveram queda de 19%. Mas as de calçados subiram 39,2%, segundo a Sedet. E mais: Empresários cearenses preocupados

De janeiro a setembro deste ano, isto é, em três dos quatro trimestres de 2022, as exportações cearenses alcançaram a marca de US$ 1,86 bilhão, uma surpreendente queda de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado, no qual o valor exportado foi de US$ 2,059 bilhões. 

Com o, o Ceará segue ocupando a terceira colocação no ranking das exportações dos estados nordestinos, que é liderado pela Bahia, com vendas para o exterior equivalentes a US$ 10,52 bilhões, um incremento de 43,8% em relação a janeiro a setembro de 2021. 

Em segundo lugar, o estado do Maranhão, com exportações da ordem de US$ 4,5 bilhões – um aumento de 34% em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Nessa lista de ranqueados, o estado de Pernambuco é o quarto colocado, atrás do Ceará, com exportações equivalentes a US$ 1,78 bilhão, representando um incremento de 15,6 bilhões. 

Em quinto lugar, está o Piauí, com exportações cujo valor alcançou US$ 1,25 bilhão, representando um aumento de 71,2% comparativamente com o de 2021, que alcançou US$ 734,6 milhões.  

Em sexto lugar, o Rio Grande do Norte, com US$ 560,8 milhões, ou 83,1% a mais do que as exportações de janeiro a setembro de 2021. 

Em sétimo lugar, Alagoas, com US$ 364,5 milhões – ou 60,7% a mais do que no ano passado. 

Em oitavo, a Paraíba, com US$ 104,6 milhões – incremento de 9,4%. 

Em nono lugar, Sergipe, com US$ 80,8 milhões – ou seja, 110,6% a mais do que no mesmo período de 2021.

A região Nordeste exportou de janeiro a setembro deste ano o equivalente a US$ 21,058 bilhões – 34,2% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Isto corresponde a 8,30% do total das exportações brasileiras.

Os dados foram fornecidos à coluna pela Sedet, com base no Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que cuida das estatísticas do comércio exterior brasileiro. 

No Ceará, os produtos ferro e aço seguem liderando a pauta das exportações do estado. De janeiro a setembro deste ano, elas equivaleram a US$ 1 bilhão, o que significa uma queda forte de 19% em relação ao mesmo período de 2021. 

Em segundo lugar, o setor de calçados, com exportações de US$ 221,40 milhões – um incremento de 39,2%.

Em terceiro, as máquinas e os equipamentos elétricos, com US$ 36,3 milhões – ou seja, uma redução de 75,2%.

Em quarto lugar, as castanhas de caju, com exportações equivalentes a US$ 47,7 milhões – queda de 31,4%. 

Em quinto lugar, as frutas, com vendas de US$ 38,8 milhões – com queda de 19%. 

EMPRESÁRIOS PREOCUPADOS 

Ontem, empresários do comércio e da agropecuária manifestaram a esta coluna sua preocupação “com os últimos acontecimentos”, ou seja, com a interdição de rodovias pelas quais trafegam os caminhões transportadores das mercadorias que garantem o abastecimento da população brasileira. 

O dono de uma pequena rede cearense de supermercados disse temer que essas paralisações interrompam o fluxo normal de entrega de alimentos. 

“O momento é de acalmar os ânimos, de serenar os espíritos”, como afirmou um empresário pecuarista, cujo negócio não foi ainda atingido pelo movimento dos caminhoneiros, que, aliás, depois do pronunciamento de ontem do presidente Bolsonaro, perdeu força.

A BOLSASOBE E O DÓLAR DESCE, DE NOVO

E ontem, enquanto as bolsas de valores dos EUA recuavam, a do Brasil, a B3, avançava 0,77%, fechando o pregão da terça-feira aos 116.928 pontos. 

E o dólar caiu 0,91%, fechando o dia cotado a R$ 5,11. 

Hoje, quarta-feira, Dia de Finados, a Bolsa brasileira não operará por causa do feriado nacional.

Nos Estados Unidos, os investidores mantiveram ontem uma posição de cautela, aguardando a decisão de hoje do Comitê Federal do Mercado Aberto que deverá subir a taxa básica de juros da economia norte-americana. 

As apostas são no sentido de que essa taxa terá novo aumento de 0,75%, o que a levará para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano.

São os investidores estrangeiros que estão fazendo a Bolsa brasileira subir e o dólar descer, dizem os analistas pelos sites de economia. A vitória de Lula agradou-lhes. 

O pronunciamento do presidente Bolsonaro, no final da tarde de ontem, não teve praticamente repercussão no mercado financeiro, em nada interferindo no fechamento das operações. Havia o receio de que Bolsonaro adotaria alguma atitude contra o resultado da eleição de domingo passado, mas isso não aconteceu e o mercado tranquilizou-se. 

Outra notícia que agradou ao mercado foi a de que Geraldo Alckmin, o comedido, coordenará a equipe de transição de Lula, o que será oficializado amanhã, quinta-feira. 

Outra informação que alegrou o mercado foi a do aumento do preço do minério de ferro, fazendo subir, e subir bem, as ações da CSN, que se elevaram quase 8%, e as da Vale, que subiram 3,34%. 

E mais outra boa notícia: o governo da China anunciou que está revendo sua política de Covid Zero, o que significa que os lockdowns serão reduzidos ou extintos, abrindo a perspectiva para o incremento da econômica chinesa.