Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: 'Vamos para a outra margem!' Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: 'Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?' Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: 'Silêncio! Cala-te!' O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: 'Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?' Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: 'Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?'
Reflexão - “Na barca com Jesus”
Em certo momento da tarde, Jesus se dirigiu aos seus discípulos e os convocou a passar para o outro lado do mar da Galiléia. Os apóstolos, então, “despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca”, diz a Palavra. Jesus não mandou que os discípulos fossem sozinhos, mas se dispôs a ir junto com eles. Não foram eles que entraram na barca de Jesus, mas foi Jesus quem entrou na barca deles, para fazer-lhes companhia durante a travessia. Os apóstolos deviam estar apreensivos, porém, a fé em Jesus era maior do que as suas dúvidas e apreensões. Percebemos nesta passagem que Jesus fez questão de acompanhar os Seus discípulos, porque já sabia o que eles iriam passar. Assim também, na realidade da nossa vida, isto pode acontecer. Nós também, costumeiramente temos convivido com Jesus meditando na Sua Palavra em momentos de oração, na tranquilidade da nossa rotina, recebendo instruções e presenciando os Seus milagres na nossa vida! No entanto, chega o momento (ao cair da tarde) em que o Senhor nos chama e ordena a que passemos para o outro lado, quem sabe para alguma mudança de atitude, de mentalidade, de comportamento. Um lugar em que estejamos mais próximos Dele, longe do mundo e das suas concepções. Ele nos chama para a santidade, mas não fica de fora, entra na nossa barca, na nossa vida e vem nos ajudar na viagem. Jesus chama a cada um de nós em particular, para levá-Lo na nossa barca a um lugar que só Ele sabe onde fica, o que lá existe e o que iremos fazer lá. A nossa parte é apenas acolhê-Lo do jeito que Ele está e não querer dar nenhuma sugestão, apenas confiar que Ele nos levará a algo “maravilhoso”. Se Ele nos chama é porque deseja nos formar em alguma coisa que ainda não vivemos e que é “novo”, outra maneira de agir, outra percepção das coisas, outra conscientização. Todavia, podemos ter a certeza de que Jesus está conosco na Barca. Como os discípulos, nós precisamos ter consciência de que mesmo com Jesus na nossa barca, nós também enfrentaremos as tempestades, naturais da nossa própria limitação e incapacidade. Quando entramos na barca com Jesus nós assumimos compromisso com o amor, com o serviço, e as dificuldades vêm balançar a nossa vida. Por isso, nós também começamos a temer quando ficamos entregues à sorte. Dizemos também como aqueles: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Quantas crises nós também, como Igreja, povo de Deus, como família e como comunidade experimentamos pela nossa falta de fé! Ainda que a barca de Jesus balance ao sabor dos ventos contrários, nós, que confiamos no poder do Espírito Santo, não poderemos nos atemorizar. Jesus Cristo tem poder para ordenar ao vento que estremece o mar da nossa existência: “Silêncio! Cala-te!” Eis que tudo fica calmo quando confiamos em Jesus: os nossos medos se tornam fumaça e nós conseguimos atravessar as tempestades, certos de que Jesus não está dormindo, ele apenas espera a manifestação da nossa fé!” – Você já deixou que Jesus subisse na sua barca? - Você tem deixado que Ele o (a) leve para a outra margem? - Como você tem atravessado as tempestades da sua vida? - O que lhe dá medo? – Você já apelou para Jesus ou tenta vencer a tempestade sozinho (a)?
Helena Colares Serpa – Comunidade Católica Missionária UM NOVO CAMINHO