Congresso em recesso. Mercado volta-se para o IPCA de junho

O índice de inflação do mês passado será divulgado amanhã. Enquanto isso, governadores do Nordeste já pressionam senadores pelos recursos do FDR da Reforma Tributária

As atividades do Congresso Nacional estão suspensas por força do chamado recesso de meio de ano.

O mercado financeiro terá, assim, nesta semana, os olhos voltados apenas para aos fatos ligados à economia. Por exemplo: amanhã, terça-feira, dia 11, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado, o IPCA, que é o índice oficial da inflação brasileira.

Os operadores do mercado esperam que esse dado venha com deflação de 0,08%, mas há economistas prevendo uma deflação maior, de 0,13. Se isto se confirmar, a inflação medida de junho do ano o passado a junho deste ano ficará em 3,11%. 

A redução dos preços dos combustíveis, dos carros ditos populares e da carne contribuiu para essa redução da inflação.

E já começou uma nova luta política em torno da Reforma Tributária, cujo texto-base foi aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passa e agora será apreciado pelo Senado.

Trata-se do seguinte: os governadores do Nordeste começam a pressionar os senadores no sentido de mudar o texto aprovado que trata da governança do Conselho Federativo, ao qual caberá a gestão dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional, o FDR.

Na opinião dos governadores nordestinos, como está, o texto do FDR beneficiará o Sul e o Sudeste.

Os governadores do Nordeste reclamam que foram traídos pelo presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, que, a pedido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, incluiu a criação do Fundo Federativo na Constituição Federal, enquanto o FDR ficou de fora dela, devendo constar de Lei Complementar.

Os governadores movimentam-se para obter o apoio dos seus colegas do Norte e do Centro-Oeste no sentido de que o FDR seja incluído, também, no texto constitucional. 

Mas os governadores nordestinos querem mais: eles pressionam os senadores no sentido de aumentar de R$ 40 bilhões para R$ 75 bilhões o valor do Fundo do Desenvolvimento Regional.

A criação do FDR será a compensação da União pelo fim dos incentivos fiscais que hoje são concedidos ao Norte, ao Centro Oeste e ao Nordeste.

Os governadores do Nordeste argumentam que os estados da região mais pobre do país devem ter a parte maior da divisão dos recursos do FDR.

Detalhe: quem retirou a divisão do dinheiro do FDR do texto final da Reforma Tributária foi o seu próprio relator, o deputado Aguinaldo Ribeiro, que é... nordestino.