Executivos do agronegócio brasileiro acompanham uma tendência global e demonstram otimismo em relação à expectativa de crescimento da economia global.
Os dados estão na 25ª edição da Pesquisa Global com CEOs da PwC (25th Annual Global CEO Survey), que ouviu mais de 4.400 executivos, em 89 países, com uma participação expressiva de líderes do Brasil.
Para 77% dos executivos do agronegócio no Brasil a economia global deve acelerar neste ano. O percentual é equivalente à média mundial e também à média Brasil. Porém, quando o assunto é a perspectiva de crescimento do PIB no Brasil neste mesmo período, o otimismo cai para 57% entre os executivos do agronegócio brasileiro. Outros 30% avaliam o risco de uma desaceleração neste mesmo período, enquanto 13% projetam um cenário de estabilidade.
A confiança volta a crescer quando os CEOs avaliam a perspectiva de crescimento das suas empresas nos próximos 12 meses. Para 74% dos líderes do agronegócio ouvidos na pesquisa, as receitas tendem a crescer neste ano, uma confiança superior à média dos líderes brasileiros (63%) e do mundo (56%). Esse otimismo aumenta para 80%, quando é medida a confiança para os próximos três anos.
“O agronegócio é muito importante para o Brasil e vem aumentando ano a ano sua representatividade no PIB brasileiro, gerando riquezas e atraindo investimentos em toda a cadeia, principalmente em tecnologia. O otimismo é mais do que justificado pelos resultados que esta indústria vem obtendo nos últimos anos”, afirma Maurício Moraes, sócio da PwC Brasil.
Estados Unidos e China são os mercados mais importantes para o setor na perspectiva de crescimento de receita neste ano, os dois países foram mencionados, respectivamente, por 63% e 60% dos participantes. O percentual indica que estes mercados são mais relevantes para o Agronegócio brasileiro que para outros setores participantes da pesquisa no país. Enquanto 50% dos executivos brasileiros indicaram os Estados Unidos como mercado estratégico, a China foi mencionada por 34% dos participantes.
Riscos e Compromissos
Para os executivos ouvidos na CEO Survey, a volatilidade macroeconômica (57%), as mudanças climáticas (50%) e os riscos cibernéticos (27%) são as três principais preocupações que podem impactar negativamente os negócios em 2022.
Em relação às práticas ESG, o nível de compromisso das empresas do setor no Brasil está acima da média mundial, 47% afirmam ter compromissos de carbono neutro e 43% estão com compromissos em desenvolvimento, enquanto a média global de empresas que assumiram compromissos de carbono neutro é de 26% e de 31% na média Brasil.
Esta mesma tendência está evidente nos compromissos Net Zero, 37% das empresas do agronegócio brasileiro possuem compromissos firmados, enquanto nos demais setores no Brasil o percentual é de 27% e a média global é de 22% entre os participantes do estudo.
“Práticas de ESG são fundamentais para todos os setores, porém para o Agronegócio são ainda mais relevantes. O consumidor e os agentes financeiros e de comércio internacional estão cada vez mais exigentes", reforça Moraes.
67% dos líderes participantes afirmam que mitigar os riscos das mudanças climáticas está por trás da sua estratégia de compromisso de carbono neutro ou net zero, valor maior do que a média global que foi de 61%. O mesmo percentual (61%) também indica que os compromissos foram impactados pelas expectativas dos consumidores.
Assim como na média nacional, as tendências de longo prazo do setor são o principal fator para geração de valor financeiro para os CEOs de agribusiness no Brasil. 73% deles acreditam nessa realidade.
50% dos CEOs brasileiros do agronegócio afirmaram que investem em novos projetos pelo menos a cada ano, 43% fazem aquisições de empresas, em média, a cada dois anos.