Um dos grandes méritos do técnico Juan Pablo Vojvoda no Fortaleza é o de conseguir reinventar jogadores. Dois exemplos são os mais claros: Tinga como terceiro zagueiro, que já foi falado aqui, e Lucas Crispim como ala-esquerdo. O camisa 10, aliás, cresceu demais após a chegada do técnico argentino, e tem se destacado como o principal garçom do Tricolor na temporada.
É ele o líder em assistências do time até aqui, com sete passes diretos para gols. O último deles foi a cobrança de falta na cabeça de Robson, na histórica vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, fora de casa.
O detalhe é que seis dos sete passes para gols ocorreram após a chegada de Vojvoda, que é quem tem dado sequência e confiança ao meio-campista de 27 anos.
Além de contribuir na criação de jogadas, ele balançou as redes adversárias em outras quatro oportunidades, totalizando 11 participações diretas em gols marcados pelo Leão do Pici (fica atrás somente de David (16) e Robson (15) em participações diretas).
Alguns aspectos contribuem para esses bons números, sobretudo a qualidade que o camisa 10 tem nas bolas paradas. É ele o cobrador oficial de faltas e escanteios, sempre levando perigo ao adversário.
Adaptação tática
É impossível falar de Lucas Crispim no Fortaleza sem destacar a adaptação tática do meia. De forma surpreendente, ele caiu como uma luva na ala-esquerda e se encaixou muito bem no sistema utilizado por Vojvoda, contribuindo bastante no aspecto defensivo, voltando para recompor e auxiliando na marcação quando o time não tem a bola.
Algo que não era simples para quem está acostumado a atuar como camisa 10, mais centralizado e com mais liberdade para atacar que para defender.
Mesmo assim, Crispim se adaptou e tem dado conta do recado. É peça fundamental hoje no Tricolor.
Dois pontos a se destacar: como o treinador consegue extrair o melhor do atleta e como o atleta se dedica e se empenha para realizar o que pede o treinador.
Parça de Neymar
E ele tem feito sucesso com os torcedores, também, fora das quatro linhas. Parça de Neymar desde os tempos das categorias de base do Santos, ele mantém contato com o camisa 10 do PSG e da Seleção Brasileira até hoje. E deu uma moral para o marketing do clube.