Após decisão do Conselho de Administração do Banco do Nordeste (BNB), o novo presidente interino, Anderson Possa, tomou posse nesta quinta-feira (30). Em entrevista ao Diário do Nordeste, o presidente falou sobre as expectativas em relação ao cargo, bem como os rumos dos trabalhos.
“Nós vamos continuar cumprindo com a aplicação do orçamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), para continuar ajudando e fomentando o desenvolvimento do Nordeste, por meio dos nossos produtos e serviços. Esse trabalho já tem sido muito bem feito e nós vamos dar continuidade a ele”.
Assumindo o cargo de forma interina, o presidente não deu detalhes se deve assumir de forma permanente, mas afirmou estar “à disposição do governo para ajudar no que for necessário aqui no Banco do Nordeste”.
O Conselho também deliberou pela seguinte composição da diretoria executiva do BNB: Anderson Possa, Bruno Ricardo Pena de Sousa, Cornélio Farias Pimentel, Hailton José Fortes, Haroldo Maia Júnior e Thiago Nogueira.
Expectativas e prioridades
Para Possa, a transição é natural entre a gestão passada e atual. Por isso, neste primeiro momento, a expectativa é de que seja dada atenção aos processos prioritários já em andamento.
“Temos vários processos tanto em relação aos nossos produtos quanto aos serviços, o banco é muito dinâmico. Vamos trabalhar para que o banco cumpra seu papel”.
Apesar das polêmicas dos últimos dias relacionadas à composição da diretoria, o presidente destaca haver um clima de concórdia e expectativa dos colegas. “Queremos que volte à normalidade, esclarecendo cada ponto, pois o banco trabalha nos princípios de governança mais claros à administração pública”.
Quem é Anderson Possa
Anderson Aorivan da Cunha Possa é funcionário de carreira da Caixa Econômica Federal e bacharel em Direito com pós-graduação em Processo Civil. Atua há 19 anos na Caixa e já exerceu as funções de superintendente nacional, superintendente executivo, gerente regional e gerente geral.
No Banco do Nordeste, Possa exercia a função de Diretor de Negócios, responsável pela Rede de Agências, Negócios Empresariais, Micro e Pequenas Empresas, Produtores Rurais, Governo, Crediamigo e Agroamigo.
Entenda as polêmicas
O assunto veio à tona nesta semana após o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto (PL-SP), publicar um vídeo pedindo a destituição do então presidente Romildo Rolim e de toda a diretoria do BNB.
O motivo, de acordo com ele, seria um contrato de R$ 600 milhões da instituição financeira com uma ONG. Trata-se do Inec (Instituto Nordeste Cidadania), entidade parceira do BNB na operacionalização do Crediamigo e Agroamigo.
O desagrado seria porque a ONG, parceira do banco desde 2003, tem no comando pessoas vinculadas ao Partido dos Trabalhadores (PT).
A previsão, com base na lei das estatais e no tempo de mandato dele à frente do BNB, era de que ele saísse em agosto deste ano, contudo, um dispositivo no estatuto do banco, contudo, permite que a diretoria permaneça no exercício das funções até que haja novas nomeações e/ou reconduções de mandatos.