Setor de turismo já perdeu R$ 62,56 bi desde início da pandemia, diz CNC

Os serviços turísticos foram um dos segmentos da economia mais impactados pela covid-19, em decorrência das medidas para impedir a disseminação do vírus

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Estadão Conteúdo producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 15:29)

O setor de turismo brasileiro já perdeu R$ 62,56 bilhões desde o início da pandemia do novo coronavírus, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento considera um período de quase dois meses: desde 15 de março, poucos dias após a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar oficialmente estado de pandemia, até o último dia 10 de maio.

Os serviços turísticos foram um dos segmentos da economia mais impactados pela covid-19, em decorrência das medidas para impedir a disseminação do vírus, como o isolamento social e o fechamento das fronteiras em diferentes países, fazendo despencar o fluxo de passageiros de transporte aéreo em todo o mundo, assim como também no Brasil.

O estudo considera no cálculo a forte correlação entre o fluxo de passageiros em voos e a geração de receitas no turismo. Informações coletadas pela CNC sobre os 16 maiores aeroportos do Brasil, que detêm mais de 80% do fluxo de passageiros, mostram que as taxas de cancelamento de voos nacionais e internacionais saltaram de uma média diária 4% nos primeiros dias de março para 93% até o final de março.

Como resultado, as atividades turísticas perderam R$ 13,4 bilhões apenas na segunda quinzena de março, quando houve o agravamento da pandemia no Brasil.

Segundo a CNC, a paralisia quase completa do setor nas semanas seguintes ainda agravou o prejuízo, que totalizou R$ 36,94 bilhões no mês de abril e levou a mais uma perda R$ 12,24 bilhões nos dez primeiros dias de maio.

O economista Fabio Bentes, responsável pelo estudo da CNC, acredita não ser possível ainda precisar quando o segmento iniciará uma recuperação.

"Ainda é muito cedo. Acho pouco provável que o setor de turismo consiga iniciar essa recuperação ainda neste ano. Trata-se da prestação de serviços considerados não essenciais, que testarão os protocolos de combate à Covid-19 nos próximos meses", avaliou Bentes.