Quase metade de lojas Cacau Show do Ceará são no modelo contêiner, com investimento de R$ 65 mil

Marca de chocolates tem 137 operações no Estado e aposta em interiorização

A marca de chocolates Cacau Show, maior franqueadora do Brasil, foca sua expansão no modelo de loja contêiner. Ideal para estacionamentos, praças e áreas externas, esse formato de loja tem investimento inicial de cerca de R$ 65 mil.

No Ceará, as lojas-contêiner representam 45% das 137 operações da Cacau Show. São 62 estabelecimentos nesse formato reduzido, com cerca de 15 m² de loja e mesas na área externa para consumo.

Com apenas três anos de criação, as lojas-contêiner Cacau Show já ultrapassaram mil unidades em todo o País. Arlan Roque, diretor de Expansão da Cacau Show, aponta que esse modelo deve ser como a maioria das aberturas.

“Para o ano de 2025, o planejamento é que a gente consiga fazer novas 450 lojas no Brasil. E as lojas-contêiner devem aumentar a participação para 45% ou 50% das novas operações”, projeta.

O diretor aponta que o sucesso da loja em tamanho 'reduzido' decorre da menor necessidade de investimento e a facilidade de instalação. A loja é propícia para cidades pequenas e locais com pouco espaço disponível.

A Cacau Show tem outros três tipos de franquia: quiosque, loja smart e loja intensidade. A container (utilizada pela marca na grafia em inglês) também se destaca por ter o tempo de retorno de investimento inferior: a partir de doze meses, o negócio já começa a ter lucro. 

“Tínhamos um aproveitamento de pessoas procurando abrir uma loja Cacau Show de apenas 25%. Cerca de 75% tinha uma disponibilidade de capital abaixo de R$ 100 mil”, explica Arlan Roque. 

Um fenômeno observado pela empresa é o de revendedores de produtos da marca que conseguem acumular capital para abrir a própria franquia de chocolates. O canal de venda direta da empresa contempla cerca de 80 mil vendedores. 

MENOR CIDADE COM LOJA DA CACAU SHOW ESTÁ NO CEARÁ

O Ceará vem respondendo bem ao planejamento da Cacau Show de chegar aos municípios menores por meio das lojas em contêineres. A menor cidade brasileira com uma loja da Cacau Show está no Ceará.

O município de Guaramiranga, de pouco menos de 6 mil habitantes, tem uma loja da marca de chocolates. Seja com lojas próprias ou franquias, a Cacau Show busca manter sua presença em todo o Estado.

A participação da marca no mercado de chocolates do Ceará é de cerca de 18%, maior que a média nacional de 14,9%. Arlan Roque aponta que o Nordeste como um todo tem um potencial robusto de crescimento.

A região concentra o terceiro maior percentual de vendas, com 14% do faturamento. Mas 550 lojas abertas neste ano, 172 foram em cidades nordestinas - 31%. 

A projeção é que o crescimento de 2025 seja de 450 novas lojas, sendo 30% no Nordeste. A região deve receber um centro de distribuição em breve para reforçar a vazão dos produtos.

“Muito provavelmente não passe de 2026 ou 2027 sem ter uma base no Nordeste. Atingindo o número de 5.500 lojas, 30% disso é significativo. Sena por uma questão logística ou tributária, vai fazer sentido ter uma base na região”, aponta Roque.

Atualmente, os produtos são enviados de um centro de distribuição de Itapevi (SP), que está sendo ampliado. A entrega para as demais regiões é reforçada no Natal e na Páscoa, épocas de maior demanda, por meio de parceria com empresas de entrega. 

DESAFIO DE NÃO SEGMENTAR PÚBLICO

Um dos desafios do processo de expandir a marca com lojas menores é não segmentar o público consumidor. A Cacau Show conseguiu atrair o 'público de conveniência' com o novo formato, segundo o diretor de expansão.

"A loja-contêiner atrai o público que está nos supermercados, em postos de combustíveis e acaba fazendo uma compra, levando um presente. Mas acaba que quando a gente faz isso, o público A+ acaba não se sentindo mais confortável', pondera.

Para não perder os consumidores da renda mais elevada, a empresa continua investindo nas operações em grandes shoppings. O Shopping Iguatemi, em Fortaleza, recebeu a primeira super store do Nordeste - loja de mais de 150 m² com serviços diferenciados.

"Quando saiu do modelo convencional para super store, teve um crescimento de 67% no faturamento. Temos pretensão de aumentar esse formato de loja. O North Shopping, por exemplo, é uma área de interesse nosso", aponta Arlan Roque.