Por que o feijão ficou mais caro este ano em Fortaleza?

No mês de janeiro, o alimento registrou inflação de 13,5%

O feijão-de-corda (fradinho), um dos mais consumidos pelo cearense, registrou inflação de 13,5%, em janeiro deste ano, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

No acumulado dos últimos 12 meses, a leguminosa registrou alta de 15,34%. Conforme o analista de mercado da Central de Abastecimentos do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, o aumento ocorreu devido às condições climáticas desfavoráveis nas principais regiões produtoras do grão. 

“Isso se deve principalmente para o feijão-fradinho e para o carioquinha, os quais têm grande produção no Paraná, Minas Gerais e Goiás, onde houve impactos da chuva, e da seca no Mato Grosso”, explica. 

Além disso, acrescenta, Minas Gerais está com o plantio em andamento para as colheitas em abril.  No Nordeste, a produção da Bahia e do Piauí estão previstas para março. Na Ceasa, lista, o quilo de feijão-branco subiu de R$ 6,60 para R$ 7,40; o carioquinha e o fradinho saíram de R$ 7,10 para R$ 7,50 e o feijão-preto saiu de R$ 8,50 para R$ 8,90. 

“Os feijões estão sofrendo impacto nos seus preços, e a tendência é de se manterem com esses valores até o quadro chuvoso no Nordeste se definirem para essa produção do também contribuir no abastecimento e na comercialização”, destaca.  

Feijão pressionou a cesta básica 

No mês de janeiro, a cesta básica de Fortaleza registrou deflação de 1,91%, mas ainda é necessário desembolsar R$ 618,32 para comprar todos os 12 itens que a compõem, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os produtos com altas significativas em relação ao mês anterior foram o feijão (12,98%) e o arroz (9,69%). 

De acordo com a entidade, o custo do quilo do feijão subiu em todas as capitais brasileiras.

“As altas cotações do feijão ocorreram devido à menor oferta dos dois tipos coletados. Além de o grão carioca de melhor qualidade estar sendo comercializado por um valor maior, esse tipo de feijão teve a área plantada reduzida, e, mesmo com a menor demanda, por causa das férias escolares, os preços no varejo aumentaram”, explica.