Por que as passagens aéreas subiram tanto em junho? Preços aumentaram 9,4%

Alta do dólar e do preço do querosene de aviação são apontados como os vilões dos preços

A inflação na Grande Fortaleza em junho registrou leve alta de 0,61%, conforme divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os cinco itens que registraram as maiores altas no período estão as passagens aéreas, com incremento de 9,4% no mês.

Entenda porque os valores dos bilhetes continuam subindo.

O pesquisador do Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (Nectar-ITA), Alessandro Oliveira, explica que, apesar da baixa até semanas atrás, o dólar voltou à trajetória de alta.

Como boa parte dos custos da aviação são dolarizados, a alta cambial acaba sendo repassada aos passageiros.

Além da moeda estadunidense, o preço do barril de petróleo segue em altos patamares desde o início do ano, exercendo pressão constante no valor do querosene de aviação.

"O fato novo é que as companhias aéreas estavam esperando uma materialização da demanda reprimida da pandemia agora nessa meio estação de ano, mas aparentemente em maio foi um mês ruim, a demanda subiu menos que a oferta de assentos", avalia.

Dessa forma, o especialista levanta a possibilidade de a pressão no preço das passagens dar um alívio nos próximos meses.

No mais, a inflação no geral tem aumentado, todos os itens da economia estão aumentando. Então, as companhias aéreas também repõe os preços para não ficar para trás. Esse é o grande problema da inflação"
Alessandro Oliveira
Pesquisador do Nectar-ITA

Preço do querosene

Reforçando o que Oliveira aponta, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), por meio de nota, destaca que o preço do querosene de aviação (QAV) acumula alta de 102,4% em 12 meses, superando as variações da gasolina (39,6%), do óleo diesel (45,8%) e do gás de cozinha (29,8%) no mesmo período.

A entidade também pontua que o querosene teve peso de 36% na planilha de custos das empresas aéreas de janeiro a abril, segundo informações da Agência Nacional de aviação Civil (Anac).

"Nessa mesma comparação, o preço médio da tarifa aérea doméstica apresentou variação inferior ao do QAV, de 21,52%", argumenta o texto.