Com foco principal nos micros e pequenos negócios, uma parceria firmada entre a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil) vai fortalecer o comércio nacional. Assinado no início deste mês, o termo de cooperação técnica visa tornar mais fácil o acesso de empreendedores a tecnologias, aprimorando a gestão em supermercados, minimercados, lojas de roupas e calçados.
>Soluções tecnológicas estão mais acessíveis no mercado
>'Inova Varejo' incentiva a utilização de ferramentas
Com o "Projeto Automação do Varejo", as entidades buscam estimular a automação de 500 estabelecimentos durante um ano. Cada estado contemplado pela ação deverá inscrever de dez a 100 empresas para participar do programa. A responsabilidade pela seleção dos empreendedores, em todas as regiões do País, será da CNDL.
De acordo com o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a expectativa é que empresas de outros segmentos sejam contempladas pelo projeto futuramente, voltado inicialmente aos segmentos de alimentos, calçados e confecções.
"O nosso grande objetivo é, exatamente, facilitar a gestão dessas empresas, bem como a toda a cadeia logística, por meio da implantação do código de barras e de outras ferramentas", afirma Pinheiro.
Vantagens
"Neste momento de crise econômica, a automação comercial, através da utilização dos nossos padrões, da inovação e da tecnologia que propiciam, pode melhorar esses negócios, reduzindo custos, diminuindo processos e obtendo ganho de produtividade. As micros e pequenas empresas do varejo são as mais carentes em termos gerenciamento", observa o presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira.
O executivo lembra que, das mais de 58 mil empresas associadas, quase 90% são micros e pequena. Segundo Oliveira, a GS1 está sempre atenta a parcerias que ajudam os empreendedores a crescer, principalmente, os que são mais carentes de soluções tecnológicas. Para ele, a parceria ajudará o varejo brasileiro a aproveitar, quantitativamente e qualitativamente, as ferramentas de automação.
"Às vezes, o empreendedor não sabe nem calcular a margem de lucro do seu negócio. Não sabe que existem impostos sobre a venda, achando que, se produzir a mercadoria por R$ 10 e vendê-la por R$ 12, está ganhando 20%, e não é assim. São coisas primárias, e a gente tem cursos para formar esse perfil de empresário que está começando no mercado, cada vez mais competitivo", afirma Oliveira.
Ele também chama atenção para ações que a associação desenvolve com outras entidades, a exemplo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). "Temos de priorizar esse nicho de empresários, muito importante para a economia do País. Nas parcerias que temos com o Sebrae, buscamos suprir as carências dos empreendedores, desde a formação de preços de venda até o controle dos estoques", acrescenta o presidente da GS1 Brasil.
ANÁLISE
Atenção às novas demandas
Com um mercado cada vez mais imediatista e de informações a apenas "um clique de distância" no celular, torna-se fundamental que o micro ou pequeno empreendedor utilize novas tecnologias para garantir agilidade, leveza de estrutura e, com isso, ter um diferencial competitivo.
É o caso do pequeno comerciante que necessita vender na loja e no site de e-commerce - ao mesmo tempo - e ainda ter a facilidade de conciliação eletrônica entre recebíveis, bancos, sistemas de venda e ainda contar com a ajuda de um bom sistema de gestão para otimizar compras e demais processos operacionais da empresa. E tudo isso tem que custar cada vez menos, reduzindo assim os investimentos iniciais e atrelando ao máximo possível os custos dessa automação ao volume de vendas da empresa.
Como facilitadores desse novo cenário estão a Nota Fiscal eletrônica "NF-e", Nota Fiscal Eletrônica ao Consumidor "NFC-e", o Cupom Fiscal Eletrônico "CF-e SAT" e os sistemas de TEF (cartões de crédito/débito), que permitem a criação de sistemas baseados na internet utilizando soluções de hardware mais simplificadas. Isso resulta em custos mais baixos de implantação e manutenção, além de maior confiabilidade nas informações, já que os dados residem, na maioria das vezes, em grandes servidores na internet.
A Associação Brasileira de Automação para o Comércio (Afrac) por ser uma entidade que congrega empresas dos segmentos de hardware, software, meios de pagamento, e-commerce, suprimentos, além de distribuidores e revendedores consegue propiciar o cenário ideal para a criação, análise e adequação das novas regras e soluções, quer sejam elas fiscais ou do negócio e que resultam na criação desses novos produtos.
Além disso, como a Afrac realiza anualmente a Autocom - maior feira de automação para o comércio da América Latina - ela consegue criar o espaço ideal para que essas novas soluções sejam divulgadas junto aos canais de distribuição, revenda e principalmente ao comércio em geral.
Edgard de Castro
Vice-presidente de Relações da Associação Brasileira de Automação para o Comércio (Afrac)