Painéis solares da Usina de Tauá já estão no CE

Trabalhos na planta seguem acelerados rumo ao início das operações, em abril. Capacidade pode chegar a 50 MW

Os painéis fotovoltaicos que serão utilizados para a geração de energia a partir da matriz solar na Usina de Tauá já estão em solo cearense. Os equipamentos chegaram na última semana e aguardam apenas os últimos desembaraços alfandegários no Porto do Pecém para que sejam encaminhados ao local onde ficará encravado o empreendimento, o que deve ocorrer nos próximos dias. A informação é do presidente da MPX Pecém II, Marcus Temke, que participou ontem, em São Gonçalo do Amarante, da assinatura do projeto de responsabilidade social entre a empresa, o município e a Inmed Brasil.

Conforme o executivo, as operações da planta deverão ser iniciadas em abril próximo, já que as obras civis do projeto foram concluídas. Com a chegada dos painéis solares em Tauá, deve começar o processo de montagem dos equipamentos nas estruturas, além de toda a parte de cabeamento elétrico que irá conectá-los à subestação e às linhas de transmissão, integrando-a ao Sistema Interligado Nacional (SIN). "Essa energia gerada em Tauá vai poder ser comprada em Fortaleza, em São Paulo, ou em qualquer outro lugar do Brasil", garante.

Ampliação até 50 MW

A MPX Tauá terá capacidade instalada inicial de 1 MW, o que será suficiente para abastecer, em média, 1.500 residências, mas o projeto já possui licenças da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) para gerar 5 MW. E a planta prevê uma expansão ainda maior, podendo atingir 50 MW. "Essa ampliação é feita com a instalação de mais painéis solares, que vão sendo montados em série e em paralelo. Atingir os 5MW de capacidade que estão licenciados, a gente tem intenção de fazer bastante rápido, mas como toda energia inovadora, depende de muita pesquisa e incentivos", pondera Marcus Temke.

Incentivos

Os incentivos estão na pauta da MPX para viabilizar a ampliação da usina à capacidade máxima, mas atualmente não há nada definido. O Fies (Fundo de Incentivo à Energia Solar), que visa criar uma ambiência para atrair empreses interessadas na geração dessa matriz energética, é um caminho, mas ainda falta estabelecer algumas pendências. "Se você for ver hoje os países que têm uma geração de energia solar muito forte, como Alemanha, Espanha e EUA, em todos eles, o que fez a energia solar deslanchar foi a criação de incentivos. Uma vez que você os cria, começa a aumentar a escala de produção, reduz o custo e traz pesquisa", explica o presidente da Pecém II.

A usina solar da MPX, empresa do grupo EBX de Eike Batista, será a primeira de energia solar comercial do Brasil. No total, está sendo investido um montante de R$ 10 milhões no empreendimento.

Termelétricas

A termelétrica Energia Pecém, parceria da MPX com a portuguesa EDP, já está com 60% das obras concluídas e deve começar a operar em escala comercial a partir de 15 de setembro, dentro do cronograma estabelecido, conforme informou Marcus Temke. Logo em março, serão iniciados testes, os quais devem ter duração de seis meses. Assim que essa fase for concluída, a termo começará sua produção, e a energia gerada será integrada ao sistema nacional.

A MPX Pecém II, cujas obras foram iniciadas em novembro de 2008, teve uma antecipação na execução dos trabalhos e está prevista para operar a partir de abril do ano que vem. Os dois empreendimentos detêm todas as licenças necessárias, exceto a de operação, que só é obtida às vésperas da operação, quando o órgão fiscalizador ambiental irá confirmar o cumprimento de todos os tópicos acordados com as licenças prévia e de instalação.

Na edificação das duas usinas, estão trabalhando diretamente cerca de 5.500 operários. Na operação, fala-se na criação de 300 empregos, dos quais toda a equipe de operação e manutenção para as plantas já está contratada.

Responsabilidade social

Ontem, a MPX apresentou a iniciativa voluntária "Crianças Saudáveis, Futuro Saudável", que será executada em São Gonçalo promovendo ações voltadas à educação sanitária e nutricional com professores e alunos da rede municipal.

Aporte

10 mi de reais é o valor que está sendo investido pela MPX para a implantação do projeto em Tauá, o primeiro de energia solar comercial do País. A capacidade instalada inicial é de 1 MW.

DIEGO BORGES
REPÓRTER