A diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, afirmou nesta quarta-feira, 29, que não existe qualquer relação entre a colocação de uma cédula de R$ 200 em circulação e a possibilidade de desvalorização do real. "A cédula de R$ 200 é uma ação preventiva, caso a população demande ainda mais dinheiro", afirmou Carolina.
O BC anunciou hoje que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o lançamento de uma nova cédula, no valor de R$ 200. A impressão ficará a cargo da Casa da Moeda. Por questão de segurança, o BC ainda não divulgou imagem nem características da nova cédula, que terá a impressão de uma imagem do lobo-guará. Ela entrará em circulação no fim de agosto.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que existe uma demanda maior do público por papel moeda desde março e abril, na esteira da pandemia do novo coronavírus. Na prática, muitos brasileiros estão sacando dinheiro dos bancos e guardando em casa.
Retenção
"O entesouramento é opção do público em escolher como manter seus ativos", disse Rocha. "Há aqui retenção de moedas em casa no popular, debaixo do colchão."
Rocha pontuou que este entesouramento tende a não ter um efeito duradouro na economia. "Avaliamos que o entesouramento é temporário", disse. Ao mesmo tempo, Carolina afirmou que não há certeza sobre a duração do entesouramento. "O BC precisa estar atento à demanda da população. Não sabemos por quanto tempo o entesouramento vai durar", disse.
Em coletiva virtual de imprensa, Rocha também afirmou que a expansão monetária já vem ocorrendo nos últimos meses. Ele descartou também efeitos inflacionários no lançamento da nota de R$ 200. "Não há relação entre expansão de base monetária e inflação. Não há perspectiva de elevação", disse.