O secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, anunciou, nesta quinta-feira (10), que o Estado faz “planos diferenciados para os tipos de vacinas diferenciadas”. No Ceará, a atualização do Plano de Contingência contra a Covid, divulgado quarta-feira (9), pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), segue as orientações do esquema nacional, relativas à vacina de Oxford e do laboratório AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela Fiocruz, e traça os grupos prioritários, estimando quantidade de doses e custos com a logística. Além disso, também há interesse em comprar outros imunizantes, como o do laboratório chinês Sinovac, que será reproduzido, em São Paulo, pelo Instituto Butantan.
Em pronunciamento na manhã desta quinta-feira (10), Dr. Cabeto reforçou que "o Ceará está sim buscando alternativas para suprir a população de soluções", e enfatizou: "temos o cuidado de que essas aquisições ocorram da maneira mais técnica, plenamente validadas, mas da forma mais rápida. Espero que nós tenhamos sucesso nessa missão". Os dois imunizantes ainda estão na fase três dos testes clínicos, na qual a eficácia precisa ser comprovada antes de ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Até o momento, a Anvisa, embora tenha aprovado o uso emergencial de imunizante no Brasil, não autorizou a aplicação de nenhuma vacina contra a Covid. Mas, tanto o Ministério da Saúde - de forma preliminar - como os estados, têm apresentado os planos de vacinação a serem executados tão logo algum dos imunizantes seja aprovado.
Caso o Ceará compre essa ou outras vacinas contra a Covid, é preciso traçar um plano de imunização específico, que leve em consideração as doses e as logísticas de transporte e armazenamento de cada imunizante. Devido à lentidão do Governo Federal no processo de negociação das possíveis vacinas a serem aplicadas no Brasil contra a Covid, o Ceará é um dos estados que tem se mobilizado para tentar comprar de forma própria de distintos produtores.
Nesta semana, o governador Camilo Santana (PT) anunciou nas redes sociais que tem mantido conversas com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), para assegurar a compra. O Governo de São Paulo já declarou que 4 milhões de doses da CoronaVac serão vendidas para outras regiões do País.
Conforme o plano estadual já publicado, para a aplicação da vacina do laboratório AstraZeneca, a necessidade de refrigeração para armazenamento é aquela já utilizada convencionalmente no Brasil, de 2°C a 8°C. O armazenamento tanto da vacina de Oxford,como a da Coronavac, da chinesa Sinovac, demandam uma rede de frio de 2°C a 8°C. Já vacinas como a Pfizer requer ultrafreezer, não disponíveis no Brasil.
Gasto de R$ 7,5 milhões
De acordo com o documento da Sesa, tendo como referência a aplicação da vacina de Oxford e do laboratório AstraZeneca, serão gastos mais de R$ 7,5 milhões para viabilizar a logística e esse valor não inclui as doses do imunizante, mas sim, a compra de seringas, câmaras refrigeradas, computadores, equipamentos para os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), dentre outros insumos.
Dos R$ 7.542.300 estimados, o Governo do Estado vai custear R$ 1.569.816,50 referentes à compra das seringas. O restante deverá ser repassado via portaria de investimento do Governo Federal.
A vacina será aplicada primeiramente nos grupos prioritários que totalizam 1.794.076 pessoas. A meta é imunizar pelo menos 95% desse público. A primeira fase terá trabalhadores da saúde, idosos a partir de 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. Na segunda serão as pessoas entre 60 a 74 anos.
A terceira categoria contempla aqueles com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (pessoas com doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras) e a quarta os professores, os integrantes das forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.