Em assembleias realizadas nesta quarta-feira (23), motoristas e cobradores do transporte público de Fortaleza aceitaram acordo que deu fim à greve da categoria. Foi decidido, em mediação entre a representação sindical e a das empresas, que os salários serão reajustados em 10,24%, de forma escalonada.
Acordo prevê que a partir de 1º de dezembro deste ano, o reajuste subirá para 4%. Em 1º de março de 2022, este percentual será de 10,24%, condicionado à "não ocorrência de problemas relacionados à Covid-19", segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou.
A paralisação da categoria, que começou no dia 8 de junho, foi suspensa no dia seguinte. Foram consideradas as propostas do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-CE).
Consenso sobre as reivindicações foi firmado entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).
O TRT mediou as negociações, por meio do desembargador Paulo Régis Botelho.
Reajustes
Pactuação dos sindicatos ainda conseguiu reajuste da cesta básica dos trabalhadores para R$ 155. A partir de março de 2022, o valor subirá para R$ 160. O auxílio-alimentação também subirá a partir do ano que vem, para R$ 16.
Em maio deste ano, os motoristas e cobradores haviam recebido reajuste de 2,46%. Segundo o presidente do Sindiônibus afirmou durante as negociações da greve, o valor oferecido foi mais baixo devido à dificuldade das empresas de transporte em arcarem com custos, por conta da situação econômica durante a pandemia.
Novas assembleias
Segundo o Diário do Nordeste apurou com o Sintro, novas assembleias serão realizadas nos sete terminais de ônibus de Fortaleza até a próxima sexta-feira (25). Entidade afirma que é preciso "ouvir a opinião de todos".
No entanto, já não existe possibilidade de retomada da greve, pois as duas assembleias gerais convocada nesta quarta-feira tiveram retorno positivo de motoristas e cobradores.
Vacinação de motoristas
Uma das principais pautas da greve era a vacinação da categoria contra a Covid-19. Os trabalhadores de transporte coletivo estavam no grupo prioritário da campanha na fase 4, mas foram retirados para que a imunização da população geral começasse.
Em reunião do TRT em meio à pactuação entre os sindicatos, o desembargador Paulo Régis Machado Botelho pediu que Sintro e Sindiônibus se unam em um documento e peçam a vacinação ao Governo do Ceará e à Prefeitura de Fortaleza.