Em 150 dias, de 18 de janeiro até a última quarta-feira (16), foram vacinadas em primeira dose contra a Covid-19 mais de 2,4 milhões de pessoas no Ceará. O número consta no Vacinômetro do Governo e representa 26,4% de toda a população estimada do Estado em 2020 (9,1 milhões), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerando a imunização completa, ou seja, após a segunda dose, pouco mais de um milhão foram vacinados no Ceará, o que corresponde a 11,8% da população.
Uma semana atrás, no dia 8 de junho, a Secretaria da Saúde (Sesa) projetou que, considerando o número de cadastrados na plataforma Saúde Digital naquele momento, na faixa etária de 18 a 59 anos, ou seja, “grupo não prioritário”, era possível vacinar toda a população adulta cearense até o fim de agosto. À época, eram 1.243.049 pessoas cadastradas.
De lá para cá, o cadastro no sistema foi incentivado e grupos se mobilizaram para inscrever quem, por diferentes razões, ainda não estava na contagem do Governo. Atualmente, segundo o IntegraSUS, já são 2.063.944 os cadastros confirmados nesse grupo. E deve aumentar.
Para o médico epidemiologista e mestre em saúde pública Manoel Fonseca, apesar do esforço do Estado em vacinar a maior quantidade possível de pessoas, ainda "estamos longe de alcançar a cobertura vacinal que assegure imunidade coletiva e reduza drasticamente os riscos de contágio". Isso porque, segundo ele, o percentual mínimo para dar alguma segurança é de 75% da população vacinada.
Na noite desta quinta-feira, o Estado comunicou a abertura do cadastro, também, para crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos de idade entrarem na fila de vacinação. Contudo, a Sesa destacou que não há, ainda, previsão para o início da imunização deste público. Até porque, dentre as vacinas com autorização brasileira para aplicação nessa faixa etária, até então, só há a Pfizer.
Esquema vacinal
Apesar do avanço, há, ainda, algumas defasagens nesse processo. Por exemplo, dos trabalhadores da saúde, grupo que teve prioridade logo no início da campanha de vacinação, enquanto 98,58% foram vacinados em D1, somente 76,42% completaram o esquema vacinal (D2).
Fonseca lembra que, para alcançar um percentual adequado de cobertura vacinal, é primordial que as pessoas tomem a segunda dose.
"A pessoa só é considerada imunizada com as doses previstas e necessárias para cada vacina e no tempo de intervalo correto. Neste sentido, ainda estamos muito longe, do ponto de vista epidemiológico, de termos maior segurança de não transmissão, de reduzir as chances de uma nova onda e de evitar o surgimento de cepas diferentes do virus", pontua o médico. Por isso, segundo ele, é necessário manter medidas de controle como distanciamento social e uso da máscara mesmo após a vacinação.
População geral
No que diz respeito à imunização da população geral, o Ceará já tem cobertura de D1 em 82,66% do grupo entre 45 e 59 anos e em 3,43% do grupo entre 30 e 44 anos.
Em Fortaleza, nesta sexta-feira (18), a Prefeitura promove um mutirão de vacinação entre 9h e 23 horas, incluindo nascidos entre os anos de 1961 e 1980. A estratégia deve alavancar a vacinação no Estado.