No Ceará, a oferta de vacinas contra a Covid-19 para adolescentes está maior do que a procura. Foi o que afirmou a secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Ricristhi Gonçalves, em coletiva para a imprensa nesta quinta-feira (23), na Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim).
Segundo a secretária, o Estado tinha a expectativa de concluir “o quanto antes” a vacinação do grupo. Porém, só 10% dos municípios, conforme ela, estariam próximos dessa conclusão. A lista ainda não foi divulgada.
A gente tem chamado os adolescentes, mas eles têm faltado aos agendamentos. Temos em torno de 10% dos municípios que já vão concluir, municípios menores, que conseguiram buscar esses adolescentes, mas não tem sido tarefa simples”.
Por outro lado, Rilson Andrade, vice-presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE) e secretário da Saúde de Pindoretama, disse que também tem dificultado um pouco o processo o recebimento fracionado de doses por parte do Estado.
“Em nosso município [Pindoretama], por exemplo, que foi um dos primeiros a iniciar a vacinação dessa faixa etária, recebemos em quase um mês apenas duas remessas de vacina para esse público, que foi suficiente para vacinarmos 60% deles. Somente nos próximos dias poderemos concluir 100% do grupo”, comentou o gestor.
Além disso, ainda no que diz respeito ao não compecimento aos agendamentos, Andrade afirmou que o absenteísmo tem sido relatado especialmente por Fortaleza e Eusébio — e nos últimos dias.
Desalinho na tomada de decisão
Na semana passada, o Ministério da Saúde quis suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades no Brasil. Contudo, no mesmo dia do anúncio do Governo Federal, o Governo do Ceará afirmou que manteria a imunização. Na noite de ontem (22), o Ministério mais uma vez mudou de opinião e voltou a recomendar a aplicação dos imunizantes nesse grupo.
Esse desalinho na tomada de decisão governamental, segundo Ricristhi Gonçalves, teve impacto na adesão dos adolescentes à vacinação. Mas, além disso, a secretária disse que tem chegado à Sesa “notícias de que [a vacina] não seria segura para o adolescente”. “Ao contrário, é bastante seguro. E temos doses disponíveis, as pessoas é que não estão comparecendo”, reforçou.
Vacina errada
No Estado, ainda segundo Gonçalves, foram registradas duas ocorrências de erro na aplicação de doses de vacinas em adolescentes — eles devem tomar a produzida pela Pfizer/BioNTech. A secretária não detalhou os casos, mas assegurou que já foram tomadas providências para apurar o que aconteceu e resolver. Ela garante que ter tomado dose de outra vacina não põe em risco o adolescente e que é possível, também, que tenha havido erro de digitação no processo.