Apesar da segunda onda pandêmica dar sinais de que pode ter chegado ao fim no Ceará, a Covid-19 foi responsável, em 2021, por 32,45% das mortes registradas no Estado até esta segunda-feira (16). Neste cenário, dos 40.267 óbitos ocorridos ao longo deste ano, 13.067 foram decorrentes da doença do coronavírus. As informações são do portal da transparência do Registro Civil.
Em 2020, este índice de falecimentos foi menor. Das 53.488 mortes no Ceará, 10.039 foram ocasionadas pela Sars-Cov-2, o equivalente a 18,76% dos óbitos no período. Além disso, o ano atual contou ainda com 3.028 mortes por Covid-19 a mais do que no ano anterior, provocando um aumento de 30,16%.
Proporcionalmente, a situação no Brasil também é semelhante. Do total de falecimentos no País em 2021, 32,89% é pelo coronavírus, isto é, de 1.092.891 mortes, 359.500 delas aconteceram pela doença. Já 2020 registrou 1.381.373 óbitos, dos quais 199.091 deles foram motivados pelo vírus (14,41%).
No entanto, o Brasil teve 160.409 mortes ocasionadas pela Covid-19 a mais neste ano, o que representa uma elevação de 80,57% em relação ao ano passado.
Os dados se baseiam nas Declarações de Óbito (DO) registradas nos cartórios do país, sendo considerada apenas uma causa para cada morte.
Mortalidade equivalente aos casos
Segundo o epidemiologista, biólogo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luciano Pamplona, 2021 contou com um número muito maior de casos da doença. Atualmente, “a gente melhorou bastante os indicadores de letalidade, ou seja, menos pessoas morreram proporcionalmente quando comparadas ao ano passado”.
Além disso, a região tem apresentado um cenário epidemiológico promissor nas últimas semanas, “o que a gente percebe é que a positividade dos exames ainda está muito baixa comparada ao percentual que a gente já teve. A gente tem poucos casos novos sendo notificados diariamente, além do cenário de internação e de óbitos estar muito estabilizado”, informa Pamplona.
Novas variantes
A partir do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgado na sexta-feira (13), o contexto da pandemia pode ainda ser alterado por um fator externo, como a introdução de novas variantes.
Nesta conjuntura, o Ceará já conta com transmissão comunitária da variante Delta no município de Icó. De acordo com a Secretaria da Saúde (Sesa), “o caso serve de alerta para a população para retomar ou reforçar os cuidados sanitários básicos para evitar a transmissão do vírus”, visto que essa variante pode ainda ser transmitida de forma tardia na região.
Para Luciano Pamplona, ainda não é possível estabelecer com clareza o que pode acontecer daqui para a frente com a chegada da Delta no Estado. Até agora, “o que a gente tem visto no mundo todo é que essa variante nova tem uma grande capacidade de se transmitir para as pessoas e de causar casos leves, então não é algo que tem surtido efeito no impacto de mortalidade”.
Entretanto, conforme o docente da UFC, a reação da variante foi observada, no momento, entre a população de países com alta taxa de vacinação e, no Brasil, a completude do esquema vacinal ainda é muito baixa. Então, não é possível ter certeza sobre como a questão vai ocorrer no país.
Campanha de Vacinação
De acordo com última atualização da Secretaria da Saúde, no dia 12, 6.161.775 doses dos imunizantes contra a Covid-19 foram aplicados no Ceará. Destes, 4.256.633 destinaram-se à primeira dose, 1.751.767 à segunda e 153.375 à dose única.
Já em Fortaleza, até esta segunda-feira (16), houve 1.619.693 aplicações de D1, 653.891 de D2 e 26.664 de dose única. Ainda segundo o boletim de vacinação da Prefeitura Municipal, transmitido ao vivo pelas redes sociais, 61,2% da população fortalezense já recebeu a primeira dose e 25,4% completou o esquema vacinal.
Covid-19 no Ceará
Até esta segunda-feira (16), o Ceará registra de 926.380 casos confirmados do coronavírus e 23.829 óbitos. Os municípios com maior incidência por 100 mil habitantes são Moraújo (22.065), Frecheirinha (21.695), Itaicaba (19.215), Acarape (18.869) e Orós (18.672).