Quatro dia após a situação alarmante que aconteceu na Praia do Futuro, onde o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) realizou o resgate quase simultâneo de quatro banhistas que se afogavam, o CBMCE inaugurou na última quarta-feira (25) a Companhia de Mergulho e de Resgate (CMR), que vem com a missão de profissionalizar e otimizar as atividades e operações subaquáticas.
Com 17 mergulhadores, a criação da CMR tem o objetivo principal de potencializar o trabalho já realizado pelo Corpo de Bombeiros nessa área. "O mergulho de resgate é uma atividade realizada por um mergulhador Bombeiro Militar, que tem como objetivo buscar e resgatar pessoas e objetos submersos. A atividade, por ser considerada insalubre e perigosa, esta no hall das profissões de maior risco", explica Major Francivaldo de Melo Peixoto, atual comandante da CMR, o que foi observado para a criação da Companhia.
"Para melhor capacitado ficar, melhor atender o nosso público, melhorar os treinamentos não só na agua doce, mas também no mar", enfatiza o Major Melo, comandante da CMR.
A atuação da Companhia será principalmente da orla marítima neste segundo semestre, já que a demanda aumenta junto a temporada de Kitesurf e outros esportes aquáticos. "Nós temos essa demanda fortíssima de esportes aquáticos, onde está acontecendo muito acidente. Bem como pessoas na Praia de Iracema adentram para fazer esportes aquáticos e acabam se afogando ou se perdendo", exemplifica.
Outra forma de atuação é na realização de trabalhos submersos em apoio a outros órgãos de segurança pública, como Policia Civil, Perícia Forense Do Estado Do Ceará e Policia Federal, na busca de objetos de investigação criminal, como na atuação dos mergulhadores do Corpo de Bombeiros na apreensão de 300 quilos de cocaína em casco de navio no Porto do Pecém. "A Companhia tem sua area de atuação em quase todo do Estado do Ceará, isso porque também estamos distribuídos em alguns batalhões no interior do Estado", finaliza.
Afogamentos na Capital
Até o último levantamento feito pelo Diário do Nordeste (24), foram registradas 85 ocorrências de afogamento na Capital em 2020, um número que apesar de incidentes alarmantes como o que ocorreu no sábado (21) na Praia do Futuro, representa um diminuição de 60% no número de afogamentos em relação ao ano de 2019, quando foram contabilizados 213, no mesmo período de tempo.
Em ambos dos anos não foram registradas mortes. De acordo com dados da Guarda Municipal de Fortaleza, os números de afogamentos só voltaram a crescer a partir de julho, o que coincide com o retorno do funcionamento das barracas de praia após o período de isolamento social rígido, que teve inicio em março.