Amigos de Cláudio Vieira, 52, o único tripulante ainda desaparecido da lancha ‘O Maestro’, estão oferecendo uma recompensa de R$ 5 mil para quem encontrar o mecânico náutico. A mensagem com a oferta financeira começou a ser divulgada nesta terça-feira (9) em grupos de pescadores. As informações podem ser repassadas às polícias Civil e Federal de Macaé, no Rio de Janeiro, cujos contatos aparecem no anúncio.
Segundo a filha do tripulante, a ideia é dar celeridade ao trabalho de buscas, tendo em vista que os outros quatro homens foram resgatados sem vida pela Marinha. “Essa campanha é para conseguir acelerar as buscas e encontrar o meu pai o mais rápido possível e com vida ainda. Os amigos se reuniram e chegaram a uma conclusão de que se juntassem uma quantia seria mais rápido o encontro dele”, considera Aline Vieira.
Família acredita em resgate com vida
Otimista, a família tem “convicção” de que Cláudio será resgatado vivo em função de sua expertise em alto mar. Aos fins de semana, ele praticava natação na Beira-Mar, em Fortaleza, além do conhecimento técnico no manejo de embarcações.
“O meu pai é muito inteligente. Tenho certeza de que quando ele viu que o barco estava afundando, fez um flutuador, deve ter arrancado alguma peça do barco para conseguir boiar. O meu pai tem muita experiência com o mar”, reforça.
A crença dos familiares foi endossada pela Marinha do Brasil após conversa com a esposa de Cláudio, que está no Rio de Janeiro desde a última quarta-feira (3). “A minha mãe conversando com a Marinha chegaram a essa conclusão, de que ele pode estar em alguma ilha. Eles só dizem que o meu pai pode estar em uma ilha, mas não dizem se está vivo ou morto, porque não querem dar nenhuma expectativa”, diz.
Naufrágio
Cláudio era um dos cinco tripulantes que fariam uma viagem marítima de três mil quilômetros do Rio de Janeiro a Fortaleza. O grupo saiu da capital fluminense no dia 29 de janeiro, apesar da recomendação do diretor de Pesca do Iate Clube Jardim Guanabara de que o retorno da embarcação fosse por terra.
Estavam juntos Guilherme Ambrósio (comandante); Wilson dos Santos (pescador); Ricardo Kirts e Domingos de Souza, donos do transporte. Todos esses já foram encontrados pelo 1º Comando Naval da Marinha do Brasil e tiveram os corpos reconhecidos pelas famílias, que realizam o processo de traslado.
Em nota oficial divulgada na noite dessa segunda-feira (8), nono dia consecutivo de buscas, a Marinha do Brasil informou que um objeto "supostamente relacionado à embarcação" foi encontrado a cerca de 7,5 milhas náuticas (ou 14 km) do Farol de São Tomé.
A operação conta com 240 militares em aeronaves e navios da Marinha do Brasil. "Até o presente momento, realizaram uma varredura em uma área de mais de 84.623 km², percorrendo uma faixa litorânea entre o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), e a Restinga da Marambaia (RJ), com um afastamento de até 90 km da costa", complementa o comunicado.