Advogado rebate acusações de fraude contra prefeito assassinado ‘João do Povo’

Defesa de João Gregório Neto lembra que prisão e afastamento do gestor foram negados pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região em duas ocasiões

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, foi assassinado
Foto: Divulgação/Prefeitura de Granjeiro

O advogado do prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, assassinado na manhã desta terça-feira (24), Igor Cesar Rodrigues, se manifestou sobre o crime. Em nota de esclarecimento, declarou que o gestor era "vítima de perseguições políticas", de ontem teriam surgido “as falsas acusações de fraude, que vinham sendo alvo de investigações, sem oferecimento de qualquer denúncia até então”.

João Gregório Neto - conhecido como “João do Povo” - era um dos investigados pela Operação “Bricolagem, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em novembro de 2018.  A apuração se debruçava sobre fraudes em licitações. A defesa do prefeito, porém, nega as acusações.

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As investigações da PF mostraram que o prefeito chegou a movimentar cerca de R$ 26 milhões em um período de dois anos na conta de um parente, beneficiário da aposentadoria rural. Na casa do gestor, os agentes encontraram R$ 213 mil em caixas de sapato.

“Além do desvio, do próprio crime de fraude, ainda há a lavagem de dinheiro. Fora a questão social, um município pobre, com IDH baixíssimo e, além disso, tem os recursos desviados. São indícios muito fortes de desvios, e uma movimentação vultosa na conta de um aposentado rural”, destacou, à época, a delegada Josefa Maria Lourenço da Silva.

No entanto, a defesa lembra que o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), sediado em Recife, negou, a prisão e o afastamento do prefeito em duas ocasiões, apesar dos requerimentos da delegada federal que conduz as investigações. O desembargador relator do caso afastou as alegações da PF e manteve João do Povo no cargo. 

Em outra oportunidade de julgamento, em relação ao pedido de devolução de valores apreendidos na casa do prefeito, “grande parte dos Desembargadores do Egrégio Tribunal Regional Federal ressaltou a vida empresarial e comercial do prefeito, fazendo referência à vasta comprovação de rendimentos frutos da atividade empresarial, o que também na visão da defesa não poderia se confundir com frutos de supostas fraudes”, explica Rodrigues.

O advogado finaliza o informe salientando o “notório e exemplar serviço público na gestão municipal” de João Gregório e reforça que as autoridades investigativas “possam apresentar com celeridade resposta justa e eficaz na solução do caso”, com a punição dos envolvidos num crime “que ignorou qualquer sentimento natalino”.

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