O Fortaleza avançou para as quartas-de-final da Sul-Americana após empatar com o Libertad na noite desta terça-feira (8). Com vantagem após vencer o primeiro jogo, a equipe comandada por Vojvoda ficou no 1 a 1 após gol de Marinho no segundo tempo. Com mais de 50 mil pessoas na Arena Castelão, o técnico celebrou o resultado e falou sobre a conversa no vestiário para mudar a postura do time em campo. Ele ainda revelou que o camisa 15 fica após o treino para trabalhar aquele tipo de bola parada.
“No primeiro tempo eles tiveram melhor posicionamento no campo. Não encaixamos bem a marcação. Eles tiveram melhor fluidez no jogo, conseguiram o gol. No intervalo, falamos com os jogadores. São jogadores inteligentes, encaixaram com outro sistema tático e acho que o 2T a proposta foi diferente. O Fortaleza avançou 20/30 metros no campo e conseguimos a classificação. Um adversário muito difícil, que vinha da Libertadores. Estamos em um momento que não era bom para nós. Temos que ter personalidade para jogar. E temos isso nos jogadores. Estou feliz por esse empenho e pela passagem de fase”, disse o argentino.
Como não vinha atuando e está descansado, Marinho intensificou, sozinho, os treinamentos de cobrança de falta após as atividades regulares do grupo. A rotina também não atrapalha a recuperação do jogador. Além dele, Pochettino, Lucas Crispim, Zé Welison e Pikachu também treinam este tipo de cobrança.
“Eu esperava também um adversário com quatro atacantes, como terminaram de jogar. Podiam com um volante a mais, mas eles optaram por uma linha de três, que no 1T nos complicou. Tivemos que solucionar rápido. Neste caso, preferimos jogar com três no meio e dois no ataque. Começou Machuca e Galhardo, depois Marinho e Galhardo. Futebol tem estratégia, tática, mas quem resolve são os jogadores dentro de campo. A falta de Marinho, só ele treina depois do treino. O mais importante é a personalidade para jogar com 50 mil pessoas. Personalidade quando está perdendo o jogo e não está jogando bem. Entrar e ter a humildade de escutar. Isso é muito mais forte que a parte tática, que é importante, mas há coisas que não são tática que influem muito no futebol de alto nível”, disse o treinador.
CONVERSA NO INTERVALO
O técnico também revela como foi a conversa no intervalo, quando o time deixou o campo perdendo o jogo por 1 a 0 e deixando a classificação em risco. Troca de modelo tático, força emocional e apoio da torcida foram fundamentais.
“Primeiro, o novo posicionamento tático que necessitamos no 2T, de impor nosso jogo. Mas falamos também da parte emocional, de trazer o torcedor para o nosso lado. Em determinadas partidas, em que as coisas não saem bem, porque somos seres humanos também, nessas partidas necessitamos do apoio do torcedor. Sou muito agradecido ao torcedor do Fortaleza, pois há um carinho especial por mim e eu por eles. Mas, como exigem da gente, vou exigir deles também. Hoje, com 50 mil pessoas, agradeço e necessitamos desse apoio nos momentos em que o time está ruim. E o torcedor do Fortaleza tem mostrado sempre. Compreendemos que são momentos que perdemos no Brasileirão. Não queremos perder. Temos a exigência, a cobrança do torcedor, e vamos responder. Também necessitamos, às vezes, de paciência. Sabemos quando há cobrança, e merecemos muitas vezes, mas também necessitamos do carinho, como hoje mostrou o torcedor do Fortaleza. Eram 50 mil pessoas que empurravam os jogadores. Os jogadores sentiam. No 2T, se jogou acho que mais de 40 no campo adversário. O mérito é dos jogadores, mas do que vem de fora também. Se são 11 jogadores e 50 mil pessoas, se sente mais”, finalizou o técnico.
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