França investiga ameaças de morte contra diretor artístico da abertura das Olimpíadas

A Procuradoria de Paris será responsável pelas investigações

As ameaças de morte e assédio cibernético sofridas pelo diretor artístico da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2024 serão investigadas pelo Ministério Público de Paris a partir desta sexta-feira (2).

Em uma parte da cerimônia, chamada de "Festividade", uma série de pessoas, incluindo drag queens, se postaram em uma longa mesa, reproduzindo uma espécie de sátira à Última Ceia. O momento foi criticado por conservadores e setores da extrema-direita. 

Thomas Jolly, responsável pela atração, prestou queixas após ser perseguido com ameaças, insultos, críticas à sua orientação sexual e sua suposta raiz israelense. 

Jolly é homossexual, contudo, não é judeu ou possui qualquer conexão com Israel. 

Essa é a segunda investigação aberta após ameaças cibernéticas sofrida por artistas da apresentação. 

Diretor nega ter zombado da Santa Ceia

Responsável pela cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Thomas Jolly negou ter zombado da Última Ceia durante apresentação na abertura da competição, na última sexta-feira (26).

O diretor artístico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos foi extremamente criticado pela direita e pelo episcopado católico. "Nunca encontrará da minha parte nenhum desejo de zombar, de difamar nada. Quis fazer uma cerimônia que reparasse, que reconciliasse. Também que reafirmasse os valores de nossa República", disse à rede de televisão BFMTV.

A Conferência Episcopal Francesa (CEF) condenou no sábado o que considera "cenas de mofa e zombaria do cristianismo". Mas, segundo Jolly, a Última Ceia "não foi minha inspiração". "A ideia era mais fazer um grande festival pagão conectado com os deuses do Olimpo... Olympus...Olimpismo", assegurou.