Análise: Fortaleza sofre com setor de criação e passa em branco pela primeira vez na Série A

O confronto, no entanto, permitiu observar, além da ineficiência criativa, a solidez defensiva do Tricolor

O empate sem gols contra o Atlético-GO, nesta quinta-feira (17), foi o primeiro duelo do Fortaleza na Série A do Campeonato Brasileiro sem balançar às redes do adversário. O resultado, claro, fora de casa, é positivo. Porém, também escancara uma deficiência que Juan Pablo Vojvoda precisará buscar corrigir: a ineficiência criativa do grupo sem Lucas Crispim – um dos principais jogadores neste início de temporada do Leão.

O confronto, no entanto, permitiu observar, além da ineficiência criativa, a solidez defensiva do Fortaleza sob o comando do trio Tinga-Titi-Bevenenuto. O acerto defensivo, sem dúvidas, é o grande trunfo do trabalho momentâneo de Vojvoda.

Para além do que pode ser criticado e elogiado, o Fortaleza segue na liderança da Série A do Campeonato Brasileiro por mais uma rodada – a quarta consecutiva -, além de manter a invencibilidade na competição nacional.

Ineficiência no meio-campo

Pelo segundo embate consecutivo, Juan Pablo Vojvoda não pôde contar com Lucas Crispim, principal homem de criação do Fortaleza. O meio-campista trata um desconforto muscular sentido após o confronto contra o Ceará, pela Copa do Brasil.

Para o duelo desta quinta-feira, o comandante argentino optou por utilizar novamente Carlinhos, como ala pela esquerda, e Romarinho. O resultado, no entanto, não foi proveitoso ofensivamente.

Com jogadores rápidos e se defendendo com uma trinca (Dudu-Marlon Freitas-Janderson) pelo lado esquerdo, Carlinhos não conseguia aproximar de Romarinho e o atacante não conseguia encontrar espaços para definir as jogadas. Quando teve, encontrou Tinga livre na área e o zagueiro parou em Fernando Miguel.

Percebendo a ineficiência da equipe, Vojvoda opta pela saída de Carlinhos e entrada de Luiz Henrique. Porém, também sem efeito, o Fortaleza seguia sem um meia definidor (de jogadas) em campo.

Trazendo o desempenho ofensivo da equipe para números, o Fortaleza finalizou apenas cinco vezes na partida, sendo apenas uma no gol. Ao todo, nenhuma grande chance foi criada pela equipe de Vojvoda na partida.

Solidez defensiva

Em contrapartida do setor criativo, o sistema defensivo do Fortaleza fez mais uma partida segura. Ao todo, foram 10 desarmes, 12 interceptações, 18 cortes e 46 duelos ganhos. Números excelentes quando se jogam contra equipes que atuam prioritariamente pelas laterais do campo, contendo jogadores de velocidade.

Janderson e Natanael, os principais jogadores do setor ofensivo do Atlético-GO, pouco conseguiram municiar Zé Roberto, o camisa 9 do Dragão. Durante o 1° tempo, Tinga, com explosão e presença de área, neutralizou as investidas pela direita.

Na etapa final, restou a Benevenuto e Titi o trabalho de conter Janderson e sua velocidade pelo lado esquerdo. O resultado, certamente, agradou o técnico argentino Juan Pablo Vojvoda.