A decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Ceará (TJDF-CE) de modificar o resultado do julgamento anterior e manter a exclusão do Crato do Campeonato Cearense, aplicando WO em todos os jogos do time na competição, indignou a Federação Cearense de Futebol (FCF). Nesta terça-feira (10), um dia após a decisão, os advogados da entidade se manifestaram.
Em entrevista coletiva, os irmãos Eugênio e Leandro Vasques criticaram bastante a decisão do Tribunal.
"Lamentavelmente, com todo respeito, eu assisti um festival de heresias jurídicas. Com honrosas exceções, mas o tribunal se diminuiu muito na discussão jurídica de alguns temas, se contradizendo. Infelizmente, preciso admitir que a Justiça Desportiva do Estado do Ceará ficou relativamente tisnada com a tramitação deste procedimento, como ele se deu", afirmou Leandro.
O advogado garantiu ainda que a entidade irá interpor recurso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). "Obviamente que a FCF irá manejar os recursos apropriados para o STJD para reverter este cenário", disse.
Eugênio complementou que a decisão fere, inclusive, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
"Lamento o resultado. Acho, inclusive, que o que foi decidido na última sessão fere o artigo 132 do CBJD, que diz sobre o voto de minerva, determinante do presidente, que jamais poderia ter sido aplicado. Mas respeitamos a posição do Tribunal e, para isso que existem as instâncias superiores para conservação dos direitos das partes, e isso que a gente vai buscar", garantiu.
PERSONAGENS
Os advogados reforçaram ainda que é preciso que as pessoas envolvidas em jogos manipulados sejam punidas.
"Com relação aos personagens que buscaram sabotar, contaminar os resultados do Campeonato Cearense, certamente serão processados no âmbito da justiça desportiva. Dentro do contraditório, da ampla defesa...mas certamente serão punidos, pelas provas que nós verificamos. Podemos até profetizar isso. E também estou muito convicto na possibilidade também que essas pessoas sejam responsabilizadas no âmbito criminal. O Ministério Público deverá ser provocado, já que acompanhou a fase investigativa", concluiu Leandro.