Jalapão: onde fica, como chegar e o que fazer no paraíso de aventura

Região brasileira é formada pela mata de transição entre o cerrado e a caatinga, onde surgem rios de águas cristalinas, grandes chapadas e formações rochosas

Reduto de belas cachoeiras, piscinas naturais, dunas alaranjadas com até 30 metros de altura e mirantes com vistas grandiosas. Tudo isso você encontra no Jalapão, um destino para os amantes do ecoturismo e turismo de aventura, que contempla cenários dos mais exuberantes do Brasil. 

A região é formada pela mata de transição entre o cerrado e a caatinga, com vegetação predominantemente rasteira, onde surgem rios de águas cristalinas, grandes chapadas e formações rochosas de cores variadas. 

Diário do Nordeste conversou com a Secretaria da Cultura e Turismo do Tocantins, estado onde fica o Jalapão, e preparou um roteiro com as principais informações. Confira!

Onde fica o Jalapão? 

Localizado na região leste do Tocantins, distante 180 km da capital Palmas, o Jalapão ocupa uma área de 34 mil km² de extensão. A região abrange os municípios de Mateiros, São Felix, Lizarda, Novo Acordo, Ponte Alta, Lagoa, Rio da Conceição, Rio do Sono e Santa Tereza, fazendo divisa com os estados do Maranhão, Piauí e Bahia. A região turística encontra-se dentro do Parque Estadual do Jalapão (PEJ).

Como chegar ao Jalapão? 

O ponto de partida para o Jalapão é a cidade de Palmas. Da Capital, segue-se 64 km pela rodovia TO-050 até o Porto Nacional, e depois 116 km pela TO-255, até Ponte Alta do Tocantins, considerada a porta de entrada da região. A partir daí resta seguir até os atrativos, sempre por estradas de terra, sendo recomendável o uso de veículos com tração 4x4.

Outra opção de acesso à região é sair de Palmas pela rodovia TO-020, no sentido norte por 108 km de extensão, com acesso para Novo Acordo. Também é possível trafegar pela TO-030, por 100 km de extensão, fazendo interligação com Taquaruçu e Santa Tereza do Tocantins.

Já do aeroporto de Palmas, grande parte dos visitantes segue viagem para Ponte Alta, distante 187 km. O Jalapão concentra dezenas de agentes de turismo, com atendimento que inclui traslado a partir da Capital, alimentação e pernoite, em roteiros que podem durar de um a sete dias.

Qual a melhor época para ir?

O período mais indicado para visitar o Jalapão é de maio a setembro, quando a estação é seca. De outubro a abril, a incidência de chuvas pode atrapalhar os passeios e deixar as águas turvas.

O que fazer no Jalapão? 

O Jalapão possui diversos atrativos naturais, que fazem da região um importante patrimônio ecológico, seja por sua formação com serras e chapadas, rios caudalosos com cachoeiras e corredeiras, passando pelo artesanato em capim dourado, além das dunas e da rica fauna do ecossistema. 

Duas pequenas amostras da beleza do Jalapão estão localizadas no entorno da cidade de Novo Acordo: o canyon Sussuapara, onde águas cristalinas correm ao lado de um paredão de pedra, e a Pedra Furada, uma formação rochosa em arenito, com cerca de 400 metros de extensão e fendas esculpidas pela ação do vento. 

A viagem segue para São Félix do Tocantins, onde são encontrados outros fervedouros conhecidos: o Bela Vista, que foi cenário de novela e conta com restaurante e pousada; o Veredas, com restaurante; e o Por Enquanto.

Distante 80 km por estrada de terra está uma das principais atrações do Parque Estadual do Jalapão, a Cachoeira da Velha, a maior da região. A queda d’água é alimentada pelo Rio Novo e o banho não é permitido. É comum no local a prática de rafting. 

A viagem segue rumo ao pôr do Sol nas dunas, com pernoite na cidade de Mateiros e visitação aos pontos turísticos mais conhecidos, como a Cachoeira da Formiga e fervedouros de águas transparentes, cada um com seu formato, tamanho e vegetação peculiar. Os mais famosos são o Buritis, Buritizinho, Ceiça, Macaúbas, e Rio Sono.

A viagem segue para São Félix do Tocantins, onde são encontrados outros fervedouros conhecidos: o Bela Vista, que foi cenário de novela e conta com restaurante e pousada; o Veredas, com restaurante; e o Por Enquanto.

O município conta com outros atrativos, incluindo a Serra da Catedral, esculpida pela natureza com o formato de uma igreja e que fica próxima a um Ecolodge, e a Cachoeira das Araras, conduzida por uma família que oferece uma das melhores refeições da região.

Poço Azul

O Poço Azul, por sua vez, está entre os atrativos mais encantadores do Jalapão, embora menos conhecido, por não estar no roteiro oficial das operadoras de turismo.

Com uma pequena cachoeira de águas translúcidas e borbulhantes, que levam muitos a chamá-la de Cachoeira do Champanhe, o poço está em uma fazenda localizada na região da Taboca, na Serra da Muriçoca, acessível tanto por Mateiros quanto pelo município de Lagora do Tocantins.

Os visitantes que passam por lá também podem fazer trilha até um pequeno cânion e almoçar no restaurante da Dona Irani.

Rafting

Modalidade esportiva para prática na água, o rafting é uma das opções de turismo de aventura no Jalapão. Embora não precise saber nadar, é necessário seguir com atenção as orientações dos guias especializados. 

A atividade, que possui restrição apenas para gestantes e cardíacos, exige uso de bote, remos, capacete de proteção e colete salva vidas. Os roteiros podem ter de 1,5 km a 15 km, ou até mais.

A Operadora Novaventura, única a trabalhar com esta atividade na região, oferece três pacotes, sendo este primeiro pequeno percurso chamado Expresso, com três corredeiras classe 4 – a escala de dificuldade vai até 6 – e uma classe 3.

Antes de entrar na água, acima das corredeiras da Velha, os iniciantes aprendem com os guias certificados pela Confederação Brasileira de Canoagem a se posicionar nos botes e a manipular adequadamente os remos.

Capim dourado

O capim raro e de cor dourada que nasce na região do Jalapão é a principal matéria-prima do artesanato simplório dos moradores da região, e que vem conquistando o Brasil e outros países. 

Planta exclusiva do Tocantins, o capim dourado cresce entre os meses de abril a julho, e sua colheita ocorre entre setembro e novembro, sendo permitida somente a membros de associações de artesãos autorizadas.

Seu trançado começou há cerca de 50 anos, possivelmente influenciado por indígenas e hoje ganhou novos designers, transformando-se em febre no início do novo milênio. Na produção dos artesanatos são feitas bolsas, potes, pulseiras, brincos, mandalas, chapéus, enfeites, e suplast. 

Turismo de Base Comunitária

O turista que passar pelas comunidades de Mumbuca (Mateiros) e do Prata (São Félix do Tocantins) encontrará lojinhas repletas de artesanato em capim dourado, e a possibibilidade fazer refeições e até mesmo pernoitar em casas simples, porém acolhedoras.

A proposta é mostrar que, além das dunas, cachoeiras e fervedouros, os moradores originais e suas tradições também como um atrativo.

Onde se hospedar?  

O Jalapão possui diversas pousadas para hospedagem, distribuídas nas cidades de Ponte Alta, Mateiros e São Felix do Tocantins. 

Quanto custa em média uma viagem para o Jalapão? 

Os custos com a viagem ao Jalapão variam de acordo com o roteiro escolhido e com a agência de turismo contratada. O Diário do Nordeste entrou em contato com a Jalapão Oficial, empresa credenciada e com licença para operar dentro do Parque Estadual e solicitou os orçamentos abaixo (valores individuais com data de agosto de 2022), que não incluem passagem aérea, e hospedagem em Palmas. 

  • Expedição 3 dias e 2 noites - R$ 2.000,00
  • Expedição 4 dias e 3 noites - R$ 2.400,00
  • Expedição 5 dias e 4 noites - R$ 2.800,00
  • Expedição 6 dias e 5 noites - R$ 3.300,00

Os valores incluem, segundo a agência, o translado de Palmas até o Parque Estadual do Jalapão e o retorno; guia qualificado; transporte em veículo 4X4; hospedagem em pousadas do Jalapão; café da manhã, almoço e jantar; serviços de bordo, como água mineral e lanches durante a expedição; além das taxas de visita dos atrativos da região.