A gérbera é uma planta que possui grande variações de cores. Com nome científico gerbera jamesonii, a flor é bem adaptada aos climas temperados e costuma ser conhecida por representar a pureza, paz e inocência. Ela também está relacionada ao combate da ansiedade e na limpeza do ar.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, o especialista Eliseu Marlônio Pereira de Lucena, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), detalhou que a planta deve ser mantida em solos bem drenados, uma vez que a flor pode murchar com o excesso de água.
Com flores que podem colorir o ambiente, a gérbera se adapta bem em locais com luz. Um dos tipos com maior destaque é o da gérbera amarelo ou em tons mais alaranjadas.
Para quem gosta de plantas com tons vibrantes no ambiente, também é possível utilizar a amarílis ou a petúnia.
Qual a origem da flor?
A gérbera é uma planta nativa da África do Sul, da região das Províncias do Norte, Suazilândia, descoberta em 1884 pelo botânico escocês Robert Jameson.
Segundo o professor Eliseu, ela foi trazida ao ocidente pelo botânico alemão Traugott Gerber. A planta ficou conhecida a partir do nome dele. Atualmente, é cultivada no Brasil.
Qual o significado das cores?
Com uma grande variedade de cores, a flor pode possuir cerca de 20 tonalidades diferentes.
Dentre os significados apresentados pelo especialista, a depender da cor, estão:
- Branca: ligada à pureza e à inocência;
- Rosa: admiração;
- Amarela: ligada ao resgate da alegria;
- Vermelha: significa “completamente imerso no amor”;
- Laranja: indica felicidade.
Assim, a flor rosa pode ser uma boa opção para presentear pessoas especiais, enquanto a de cor amarela pode ser usada para tentar animar um amigo ou familiar. No caso da vermelha, é mais indicada para os contextos românticos.
Além disso, a planta é indicada para "abençoar novas etapas, seja na sua vida ou na vida de pessoas que você quer bem", afirmou Eliseu.
Quais os benefícios da gérbera?
Além dos significados apresentados acima, Eliseu destacou algumas propriedades científicas, como:
- Ajuda a dormir de forma mais tranquila: a planta mantém a produção de oxigênio mesmo durante a noite. Assim, quando usada como decoração no quarto ou ambiente de descanso, pode ajudar a facilitar a respiração, principalmente para quem sofre de apneia e alergias;
- Limpa o ar: a flor atua como um filtro natural do ambiente, removendo substâncias nocivas para tornar a respiração mais saudável;
- Ajuda no combater da ansiedade: com a melhora da qualidade da respiração e do repouso, a gérbera pode diminuir os níveis de estresse do organismo.
Como cuidar da planta?
A gérbera é uma planta que não precisa de muitos cuidados e costuma se adaptar em regiões de clima seco. Porém, caso seja plantada no solo, ao ar livre, e a região passe por períodos de pouca chuva, é necessário fazer regas regulares, entre uma e duas vezes por semana.
Além disso, se o cultivo tiver sido feito em vaso, o recomendado é irrigar pelo menos uma vez ao dia, com preferência no início da manhã ou final da tarde.
"Para conseguir um crescimento mais acentuado das hastes florais, recomenda-se o uso de substratos compostos de vários tipos de materiais na sua composição, tais como, esterco de galinha, esterco bovino, húmus de minhoca, casca de arroz, serragem de madeira, bagaço de cana e fibras de coco".
Já em relação à adubação, pode depende do solo. Geralmente recomenda-se a adubação orgânica.
Como plantar no vaso?
O plantio da gérbera é mais recomendado em vasos, uma vez que facilita a nutrição da planta e evita possíveis doenças.
Para plantio, o solo precisa ter uma boa drenagem — gérbera não pode ser encharcada — e deve ter um nível de fertilidade entre médio a alto. Já em relação ao pH, deve ser mais ácido.
Conforme Eliseu, se o plantio for feito em solo, as covas devem ser abertas com capacidade de 3 a 5 L, tendo:
- Diâmetro: entre 0,15 e 0,2 m;
- Espaçamento entre as plantas dentro da fileira: entre 0,3 e 0,4 m;
- Espaçamento entre as fileiras: cerca de 1 m.
Como fazer mudas?
A planta se propaga por sementes, que podem ser adquiridas em supermercados, floriculturas e outros locais especializados em produtos agropecuários.
Para fazer mudas, é preciso fazer o semeio a 2 cm de profundidade. "Cada semente produz uma touceira com flores diferentes das demais", afirma o professor Eliseu.
Como podar?
A poda das hastes de flores murchas deve ser feita rente ao solo. Com isso, é possível estimular o surgimento de novas brotações.
Além disso, o professor afirma ser necessário fazer "podas de limpeza", ou seja, retirar da planta as folhas velhas ou mortas.
Decorações com gérbera
Dentre as plantas utilizadas para decoração, como a manacá-da-serra e a kalanchoe, a gérbera é uma opção versátil. Por ter uma variedade de cores, sempre intensas, podem ajudar a dar mais vida ao ambiente.
Elas podem ser colocadas em vasos ou organizadas em arranjos florais, podendo decorar:
- Salas residenciais;
- Escritórios;
- Consultórios;
- Lojas;
- Eventos.
Além disso, Eliseu aponta a possibilidade de utilizar a planta na "formação de maciços e bordaduras nos jardins".
Gosta de sol ou sombra?
A gérbera prefere sol, portanto, o cultivo da flor deve ser feito em um local com incidência de sol e arejado.
O que fazer quando a flor da gérbera murcha?
O especialista Eliseu Marlônio aponta que a flor dessa planta costuma murchar por falta de água. Além disso, pode estar relacionado com:
- Vaso muito pequeno para o porte da planta;
- Excesso de exposição à luz em um dia de sol intenso.
Caso o motivo seja a falta de água, basta irrigar que, com o tempo, a planta irá recuperar a hidratação. Se o motivo for o sol intenso, o professor recomenda a redução de exposição da planta para apenas 6 horas de luz por dia.
"Mas se o vaso estiver pequeno, transplante para um maior, adube e irrigue que irá resolver o problema", afirmou.
Qual o tempo médio de vida da gérbera?
A gérbera floresce cerca de um a dois meses depois do plantio. Uma vez "crescida", a planta pode ser mantida em vaso por dois anos, período que equivale ao ciclo total de cultivo.
*Prof. Dr. Eliseu Marlônio Pereira de Lucena, professor da Universidade Estadual do Ceará-UECE, sendo integrante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais/CCT, Curso de Ciências Biológicas/CCS, Laboratório de Ecofisiologia Vegetal, Herbário do Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha, Fortaleza, CE, Brasil.