A técnica de enfermagem e doula Luzia Castro, funcionária da Maternidade São Lucas, em Juazeiro do Norte, no Interior do Ceará, conquistou centenas de milhares de seguidores nas redes sociais por compartilhar sua rotina com as pacientes de forma inusitada. Com mais de 20 anos de experiência na área da saúde, ela dança, canta, abraça e tenta descontrair as mamães em um momento que, geralmente, é marcado por dor e tensão.
Um vídeo em que Luzia Castro aparece colocando as gestantes prestes a dar à luz para dançar ao som de “Tras de Mi”, da banda RBD, viralizou recentemente no Tiktok, com mais de 8 milhões de visualizações. Entre os destaques no perfil da doula, uma publicação em que ela ajuda uma mulher em trabalho de parto escutando o hit "Pipoca", de Ana Castela, tem 35 milhões de reproduções. Só nesta rede social, ela possui mais de 514 mil seguidores.
Em conversa com o Diário do Nordeste, ela conta que decidiu mostrar o seu trabalho com as pacientes na internet durante a pandemia de Covid-19, período mais delicado em que as mulheres não podiam estar acompanhadas no hospital.
"Há 5 anos eu fiz o curso de doula e resolvi mostrar meu trabalho na pandemia, vendo aquelas pacientes sozinhas, sem ter ninguém para acompanhar por causa da Covid. Eu resolvi fazer diferente, conversar com elas, dançar, colocar música na minha caixinha de som que eu ganhei de uma amiga, e assim começou", relembra.
"Eu tentei transformar aquele momento de dor, de tristeza, por elas não estarem com a família, em um momento mágico. E assim foi crescendo, e as pacientes foram gostando. Porque o que eu passei eu não quero para ninguém", completa.
Veja vídeo
A própria história como combustível
Luzia Castro revela que teve uma experiência ruim quando passou por um parto normal, há 26 anos. A própria história serviu como combustível para ajudar outras mulheres por meio da profissão.
"Tudo começou há mais de vinte anos, quando eu entrei na área da saúde. Foi na maternidade que eu resolvi mostrar para o mundo o que eu passei, o que eu sofri e o que eu não quero, nunca, para as outras mulheres. As pessoas falam muito sobre violência obstétrica. Um trabalho de parto é muito doloroso, então, o meu pensar, o meu agir com as pacientes é diferente do mundo inteiro, sabe? Eu gosto de cuidar, gosto de levar elas para dançar, cantar, conversar, abraçar, isso faz bem", detalha.
A técnica de enfermagem destaca que a troca de carinho com as pacientes faz rotina ser mais leve e traz a certeza de que está cumprindo o seu propósito.
"Eu sempre fiz por onde dar o meu melhor e eu acho que eu estou no caminho certo, porque eu amo o que eu faço com as gestantes, adoro de coração", declara.