Varíola dos macacos: quanto tempo dura isolamento de quem contrai a doença

Transmissão pode ocorrer principalmente por meio das lesões geradas na pele

Escrito por Redação , ceara@svm.com.br
Teste de varíola dos macacos
Legenda: Todas as pessoas que sejam casos suspeitos da doença devem ser testadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)
Foto: Shutterstock

Uma das principais características da varíola dos macacos (monkeypox), que já tem dois casos confirmados no Ceará, são as lesões que o vírus causa na pele. É justamente esse sintoma que orienta como e por quanto tempo deve ser o isolamento de pacientes com a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, é necessário realizar o “isolamento imediato do indivíduo, o rastreamento de contatos e a vigilância deles”, para reduzir os riscos de transmissão da virose, que já soma mais de 70 casos no Brasil.

O período de isolamento do paciente só deverá ser encerrado após o desaparecimento completo das lesões da pele, aponta o órgão federal.

Lauro Perdigão, infectologista e diretor técnico do Hospital São José (HSJ), explica que "o isolamento deve acontecer durante o período de transmissão da doença, que, normalmente, dura de 2 a 4 semanas". Ou seja, esse é o período médio de "quarentena".

O fim do isolamento, porém, depende da cicatrização total das lesões de pele, e só pode ser determinado após avaliação médica, como reforça Perdigão. "Depois que as lesões cicatrizam e que termina a fase das crostas, das 'casquinhas', o paciente não transmite mais", pontua.

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Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nota técnica orientando sobre o manejo de casos na rede de saúde, a fim de resguardar os trabalhadores e os demais pacientes em atendimento nas unidades.

Entre as principais orientações estão:

  • Manter a distância mínima de 1 metro entre os leitos dos pacientes, para evitar o risco de transmissão por gotículas a partir da pessoa infectada;
  • Ao tocar os pacientes, produtos e superfícies contaminadas ou prestar assistência a menos de 1 metro do infectado, o profissional de saúde deve usar avental, luvas e máscara, além de óculos de proteção ou protetor facial;
  • Pacientes infectados devem permanecer em isolamento até o desaparecimento das “crostas” das lesões da pele;
  • A acomodação do caso suspeito ou confirmado deve ser realizada, se possível, em quarto privativo, com porta fechada e bem ventilado;
  • Recomenda-se a suspensão de visitas e acompanhantes, para diminuir o acesso de pessoas aos infectados. Para crianças, idosos, pessoas com necessidade especiais etc., deve-se evitar a troca de acompanhantes;
  • Devem ser instaladas barreiras físicas para as áreas de triagem de casos suspeitos;
  • Pacientes que desenvolvam erupção cutânea devem ser isolados ou auto isolados e avaliados como caso suspeito; e uma amostra deve ser coletada para análise laboratorial.

Ainda segundo a Anvisa, para prevenir a disseminação do vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos, “orienta-se que as pessoas com quadros suspeitos fiquem em isolamento e evitem viajar até o desaparecimento das lesões na pele”.

Como evitar a transmissão da varíola dos macacos

Em coletiva à imprensa, nesta quinta-feira (30), Sarah Mendes, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), alertou que a doença também é transmitida por vias respiratórias, mas “prioritariamente por contato com as lesões”. 

“A recomendação é evitar contato com a pessoa que esteja confirmada ou suspeita. E as mesmas medidas preventivas para as outras doenças: uso de álcool em gel, higiene das mãos, distanciamento e, se estiver doente, ficar em casa".

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