A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ativista feminista Lola Aronovich denunciou, nesta semana, que continua sendo alvo de novas ameaças de morte e de estupro. Atualmente, a argentina naturalizada brasileira integra o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.
Uma das coações foi realizada via e-mail, no dia 20 de fevereiro deste ano, em que o remetente afirma ter todas as informações sobre ela e a chama de "gorda porca". Ainda no texto, o suspeito promete que "em breve" viajará até a cidade em que a pesquisadora reside para agredi-la sexualmente e "depois cortar sua cabeça".
Vou filmar isso tudo e jogar nas redes sociais. Será o ato mais belo desse ano de 2023. Pode acreditar que 'desse' ano aqui você não passa. Vamos te matar. Pode aguardar por nós, sua gorda porca."
Outra ameaça foi publicada como comentário por um usuário no blog "Escreva Lola, Escreva", de autoria da docente, na segunda-feira (27). Nela, o anônimo diz que a chacina registrada em um bar em Sinop (MT), em que sete pessoas foram assassinadas, "inspira qualquer um". Ele cita um estabelecimento comercial em que Lola supostamente frequenta na Capital cearense e afirma que está vindo armado para encontrá-la.
"Por isso já encomendei um 38 aqui [arma] e estou me dirigindo para Fortaleza. [...] Vou abater o porco", escreve o internauta.
As mensagens foram divulgadas pela própria Lola, nas redes sociais, nessa segunda-feira. Na postagem, ela frisa que as ameaças não a têm como alvo específico, mas sim o grupo a qual está inserida: "por ser mulher e feminista". Ainda no texto, a professora do curso de Letras relembra que é alvo constante desse tipo de conteúdo há mais de 12 anos.
Apesar de integrar Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, a pesquisadora detalhou, ao portal Uol, que não conta com uma equipe de segurança e somente informa às autoridades os "casos mais sérios".
Devido o histórico de ameças, em abril de 2018, o então presidente Michel Temer (MDB) sancionou a Lei 13.642/18, apelidada de "Lei Lola", em que incumbiu à Polícia Federal o dever de investigar crimes de ódio contra mulheres feitas virtualmente.