A pedra fundamental do campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no Ceará, que funcionará na Base Aérea de Fortaleza, será lançada na tarde desta sexta-feira (19) com a presença do presidente Lula, do ministro da Educação, Camilo Santana, e de outras autoridades nacionais e estaduais.
O ITA Ceará é a primeira unidade do Instituto no Nordeste e a segunda do País - a única, até o momento, funciona na cidade paulista de São José dos Campos, desde 1950.
A instituição de ensino superior da Força Aérea Brasileira (FAB) é referência em cursos de graduação e pós-graduação nas áreas da engenharia e tecnologia, com destaque para o setor aeroespacial.
Atualmente, o ITA oferece 6 cursos de graduação em engenharia e 5 programas de pós-graduação em 20 áreas de atuação.
A seguir, o Diário do Nordeste tira as principais dúvidas sobre o que se sabe, até o momento, sobre o funcionamento da nova unidade.
Quando será inaugurado o ITA Ceará?
Em mensagem no fim de 2023, o reitor do ITA, professor Anderson Ribeiro Correia, informou que, “pretende-se que os futuros alunos cursem o Fundamental (primeiros dois anos) em São José dos Campos e o Profissional, em Fortaleza”.
“Os recursos necessários já foram identificados e encaminhados às autoridades competentes, para aprovação e autorização de início do desenvolvimento”, completou.
Segundo o comando da Aeronáutica, o ITA só iniciará as atividades na Base Aérea de Fortaleza quando a unidade cearense tiver o mesmo padrão do Instituto em São José dos Campos. A expectativa é que a primeira turma chegue ao Ceará em 2027.
O que falta ser construído para o ITA Ceará?
O campus deve aproveitar espaços já existentes na Base Aérea, como as salas de aula, auditórios, alojamentos, refeitório, ginásios e estruturas de saúde. Porém, ainda não há instalações de laboratório, que devem ser implementados com as novas obras.
Na projeção da Aeronáutica, podem ser utilizados os hangares que um dia abrigaram as aeronaves da FAB em Fortaleza. Um convênio no valor de R$ 50 milhões para as intervenções foi assinado entre o Governo do Ceará e o Governo Federal, em dezembro. A Superintendência de Obras Públicas (SOP) será responsável pela execução das obras.
De acordo com o Governo do Estado, além do montante calculado para a primeira etapa de construção, também estão orçados investimentos de mais R$ 30 milhões em 2024 e R$ 35 milhões para o ano de 2025.
Quais cursos serão ofertados no ITA Ceará?
Segundo a reitoria do ITA, diversos professores estão trabalhando na consolidação de um projeto para a unidade Ceará, “envolvendo novos cursos de Engenharia de Energia, Engenharia de Sistemas e Bioengenharia, tanto em nível de graduação, como de pós-graduação”.
Em São Paulo, o ITA oferece 6 cursos de graduação:
- Engenharia Aeronáutica
- Engenharia Eletrônica
- Engenharia Mecânica-Aeronáutica
- Engenharia Civil-Aeronáutica
- Engenharia de Computação
- Engenharia Aeroespacial
Já a pós-graduação (mestrado e doutorado) possui 5 programas:
- Engenharia Aeronáutica e Mecânica
- Engenharia Eletrônica e de Computação
- Ciências e Tecnologias Espaciais
- Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica
- Física
Como entrar no ITA Ceará?
O vestibular do ITA tem processo específico, não sendo possível ingressar através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele está estruturado em duas fases acadêmicas. A 1ª Fase tem uma prova de 60 questões objetivas. A 2ª Fase envolve 3 matérias - Matemática, Física e Química - com questões dissertativas e uma redação. A nota mínima é de 4,0 por matéria e 5,0 de média final (escala de zero a 10,0).
O primeiro vestibular do ITA Ceará deverá ser realizado no fim de 2024, segundo informou o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Aeronáutica, ao colunista Igor Pires, do Diário do Nordeste.
Quantas vagas serão ofertadas?
O relatório de viabilidade do novo campus aponta que, já neste ano, o vestibular disponibilizará mais 50 vagas para o Instituto, chegando a 200 vagas nacionais (incluindo São José dos Campos).
Em 2027, com o fim dos dois anos básicos, 50 alunos devem vir ao Ceará para concluir a formação, iniciando dois cursos inéditos:
- 25 vagas para Engenharia de Energias (voltada para Energias Renováveis)
- 25 vagas para Engenharia de Sistemas (voltada para Tecnologia da Informação)
Há uma previsão de também se iniciar a pós-graduação na unidade em 2028.
Quais são os cursos mais concorridos no ITA?
As estatísticas do vestibular do Instituto mostram que, nos últimos três anos, os cursos com mais candidatos inscritos foram (em ordem): engenharia aeroespacial, engenharia de computação e engenharia aeronáutica.
Quais são as idades mínima e máxima para o ingresso no ITA?
Não há idade mínima, desde que o candidato ou candidata tenha concluído ou conclua o Ensino Médio no ano da inscrição. No processo aberto para 2024, a idade máxima permitida foi 23 anos de idade completos até o dia 31/12/2023.
Quanto custa a inscrição no vestibular do ITA?
Em 2024, a taxa de inscrição foi de R$195. Candidatos que pertençam à família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do Governo Federal ou doadores de medula óssea podem solicitar isenção integral.
Quanto tempo dura o curso no ITA?
Conforme os editais da entidade, os Cursos de Graduação em Engenharia têm duração de 5 anos, dos quais os 2 primeiros anos constituem o Curso Fundamental, com conteúdos básicos de engenharia, e os 3 últimos anos correspondem aos Cursos Profissionais, específicos para cada especialidade.
O ITA aceita transferência?
Conforme a página do vestibular do Instituto, não há essa possibilidade.
Quem se forma no ITA precisa seguir carreira militar?
É opcional. Os editais de admissão reservam algumas vagas para optantes à carreira militar, destinadas exclusivamente a candidatos que tenham interesse em ingressar no Quadro de Oficiais Engenheiros (QOEng) da Ativa da Força Aérea Brasileira. A maioria das vagas se destina a não-optantes à carreira militar, mas estes ficam inscritos no Quadro de Engenheiros da Reserva da Aeronáutica.
O documento ainda afirma que o aluno que, durante o curso, desistir da carreira militar, “será desligado do ITA e, consequentemente, da Força Aérea Brasileira, sendo obrigado, inclusive, a indenizar o Comando da Aeronáutica (COMAER) pelas despesas realizadas consigo durante o Curso, conforme legislação em vigor”.