Vladimir Carvalho, cineasta e documentarista paraibano, morre aos 89 anos em Brasília

Ele é considerado um dos principais documentaristas do Brasil

O cineasta paraibano Vladimir Carvalho morreu nesta quinta-feira (24), aos 89 anos, após sofrer um infarto. Ele estava internado há três semanas em um hospital de Brasília e sofria de problemas renais.

Vladimir dedicou mais de 50 anos de sua vida ao cenário cinematográfico brasiliense. No Distrito Federal, ele foi professor da Universidade de Brasília (UnB) por mais de 20 anos, e fundou a Associação Brasileira de Documentaristas e a Fundação Cinememória, que abriga seu acervo.

Vladimir era irmão do também cineasta Walter Carvalho, que dirigiu filmes como "Cazuza: o tempo não para" (2004) e "Raul: o início, o fim e o meio" (2012).

Em sua própria filmografia, Wladimir coleciona títulos como "O País de São Saruê" (1971), "Conterrâneos velhos de guerra" (1991), "Barra 68" (2000) e "Rock Brasília: era de ouro" (2011).

Repercussão

A morte do cineasta, considerado um dos principais documentaristas do Brasil, foi lamentada por diversas autoridades. O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), desejou "paz, conforto, coragem e amor" para os familiares e amigos do artista, que é natural de Itabaiana, a 79 quilômetros de João Pessoa. 

O governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou que decretou luto oficial de três dias no DF devido à perda. "Referência do cinema brasileiro, o professor Vladimir Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e de perseguição política", disse.

A reitora da UnB, Márcia Abrahão, destacou o legado de Vladimir. "Ele nos deixa um grande legado, não só da sua produção cinematográfica, mas, também, do seu olhar crítico sobre a ditadura militar, e foi, também, um dos que resistiram naquele momento de muitas dificuldades para a nossa universidade", afirmou.