A reabertura de equipamentos culturais em Fortaleza tem favorecido preciosos mergulhos na arte. São encontros, lançamentos, apresentações e toda uma fartura de eventos. Na seara das Artes Visuais, várias exposições gratuitas (e, no mínimo, surpreendentes) convidam o público a grandes momentos e aprendizados.
Abraçando diversidade de gostos, as mostras estão sediadas tanto em espaços consagrados de fruição cultural quanto em novas praças. É o caso, por exemplo, do ensaio em cartaz no Complexo Cultural Estação das Artes Belchior – mais recente empreendimento no setor. O trabalho contempla imagens dos fotógrafos Chico Gomes e Regivaldo Freitas.
Por sua vez, o Espaço Cultural Unifor, valendo-se de uma das maiores efemérides deste ano – a celebração do centenário da Semana de Arte Moderna – apresenta uma megaexposição aproximando o evento paulista da produção cearense na época. A curadoria é de Regina Teixeira de Barros e a consultoria assinada por Aracy Amaral.
A seguir, listamos sete exposições gratuitas para você reunir a família e os amigos no vigoroso panorama artístico da Capital. Qual delas receberá primeiro a sua visita?
“Ontem Choveu no Futuro”, no Museu da Imagem e do Som do Ceará
Presença certa em muitas publicações instagram afora, a exposição “Ontem Choveu no Futuro” é uma das mais inventivas sediadas no Museu da Imagem e do Som do Ceará Chico Albuquerque. O equipamento, reaberto recentemente, presenteia o público com a referida instalação, de caráter audiovisual e com foco imersivo e extrapolado.
Concebida e dirigida por Batman Zavareze – embora fruto de processo coletivo, somando colaboradores de diversas habilidades técnicas e linguagens artísticas – é um mergulho nos muitos Cearás, com participação de Silvero Pereira e Rafa Diniz.
As cores e a atmosfera criada pelo trabalho são os grandes destaques. No ambiente, há canções de Alberto Nepomuceno, Leopoldo Miguez e composições autorais. Já os artistas expostos contemplam Chico Gomes, Davi Pinheiro Santos, Hélio Rola, Mestre Júlio Santos, Patativa do Assaré, Tibico Brasil e Chico Albuquerque.
Serviço
Período de exposição: de quinta a domingo, das 13h às 21h. Endereço: Av. Barão de Studart, 410 - Meireles. Entrada gratuita. Obrigatório uso de máscara e apresentação de comprovante com o esquema vacinal completo contra a Covid-19. Contato: (85) 3101-1207
“100 anos da Semana de Arte Moderna em acervos do Ceará”, no Espaço Cultural Unifor
Ainda no rastro do centenário da Semana de Arte Moderna, a Fundação Edson Queiroz apresenta a exposição “100 anos da Semana de Arte Moderna em acervos do Ceará”.
Localizado no Espaço Cultural Unifor, o trabalho privilegia a produção de artistas plásticos modernos, mas também reconta os primeiros passos do movimento modernista na literatura, artes plásticas, arquitetura, fotografia e música do solo cearense.
Regina Teixeira de Barros assume a curadoria da mostra, que tem consultoria de Aracy Amaral. Ao todo, três núcleos abarcam todo o conteúdo a partir de diferentes obras e angulações. Uma verdadeira jornada na medula da Semana de 22.
Serviço
Período de exposição: de terça a sexta-feira, das 9h às 19h; sábados e domingos, das 10h às 18h. Endereço: Avenida Washington Soares, 1321, Edson Queiroz. Contato: (85) 3477.3319
“Victor Brecheret e a Semana de Arte Moderna de 1922”, na Galeria Multiarte
Em cartaz até 22 de abril na Galeria Multiarte, “Victor Brecheret e a Semana de Arte Moderna de 1922” reúne aproximadamente 50 obras, oito delas integrantes do histórico evento realizado no Theatro Municipal de São Paulo.
O conteúdo é apresentado em quatro módulos, evidenciando raros e emblemáticos trabalhos de Victor Brecheret (1894-1955) e de outros artistas modernistas: Anita Malfatti (1889-1964), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Zina Aita (1900-1967), Helios Aristides Seelinger(1878-1965) e Tarsila do Amaral (1886-1973).
Com curadoria de Max Perlingeiro e acompanhada de um catálogo, há ainda outras raridades no projeto, a exemplo das esculturas em terracota “São Francisco com bandolim” (década de 1940) e “Cabeça feminina” (década de 1940), de Brecheret; e três desenhos que Di Cavalcanti fez entre 1917 e 1924 para o álbum de gravuras “Fantoches da meia-noite”.
Serviço
Período da exposição: até 22 de abril. De segunda a sexta, das 10h às 19h. Endereço: Rua Barbosa de Freitas, 1727 - Aldeota. Entrada franca. Contato: (85) 3261-7724
“Quilombo cearense”, no Museu de Arte Contemporânea
Em cartaz até o dia 17 de abril, “Quilombo cearense” reúne obras do acervo do MAC Dragão e de artistas convidadas. A partir do recorte estipulado, elas lançam luz sobre o processo de construção da memória artística de artistas não-brancos que compõem o acervo do Museu.
A partir do levantamento baseado na autodeclaração dos artistas e nas informações coletadas em bancos de dados como a Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, no caso de artistas já falecidos, o pesquisador à frente da mostra definiu um recorte de 27 artistas autodeclarados não-brancos, indígenas, afroindígenas e orientais.
Obras de nomes como Maíra Ortins, Francisco Bandeira, Linga Acácio, Felipe Barbosa, Siegbert Franklin, Jarvis Quintero, Manfredo Souzanetto, Caetano Dias, Efrain Almeida, Herbert Rolim, Simone Barreto, Diego de Santos e Tomie Ohtake, por exemplo, estão disponíveis para apreciação.
Serviço
Período de exposição: até 17 de abril, de terça a sexta, das 9h às 18h (acesso até 17h30); aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h (acesso até 18h30). Endereço: Rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema. Contato: (85) 3488-8624
“Nos trilhos do tempo”, na Estação das Artes
Trinta imagens produzidas pelos fotógrafos Chico Gomes e Regivaldo Freitas propõem um singelo passeio pela história sobre trilhos de Fortaleza. Esta é a tônica do ensaio fotográfico “Nas Trilhas do Tempo”, em cartaz sempre aos domingos.
Partindo de uma perspectiva antropológica, na qual as pessoas são o centro de interesse, os registros são breves e emblemáticos do que se pode pensar como locomoção de vidas ao longo do tempo.
A sede da exposição é o Complexo Cultural Estação das Artes Belchior, inaugurada na última quarta-feira (30). O empreendimento, de aproximadamente 67 mil m², passou por restauração estrutural e modernização do conjunto de prédios e galpões localizados em frente à praça Castro Carreira (Praça da Estação), que pertenciam à antiga Estação Ferroviária João Felipe.
Serviço
Período de exposição: aos domingo, de 9h às 12h. Endereço: Rua Dr. João Moreira, 540, Centro. Gratuito e aberto ao público. Necessário apresentar comprovante da 3° dose e utilizar máscara.
“Sertão Virou Mar”, no Sobrado Dr. José Lourenço
Mantido pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult-CE), o equipamento traz como um dos principais destaques na programação a mostra “Sertão Virou Mar”. Idealizado pelo artista potiguar Azol – com formação em Cinema e Artes Gráficas – o projeto tem caráter multimídia, com curadoria de Marcus de Lontra Costa.
Trata-se de uma série de fotomontagens, cuja sobreposição das duas linguagens foi combinada com a utilização de multicamadas de filtros. Na fronteira entre ficção e realidade, a exposição explora situações que provocam a distorção de cenários, gerando uma representação excêntrica que amplia as percepções.
Em tempo: também no Sobrado Dr. José Lourenço, outras duas mostras podem ser acessadas gratuitamente pelo público. “Lembrança de algum lugar” reúne obras da pintora Paula Siebra. confundindo realidade e sonho. Já “Sobrado do Dr. José Lourenço – Percursos Históricos” imerge na história da edificação, revisitando marcos importantes.
Serviço
Período das exposições: 02 de abril a 07 de maio. De terça a sexta, das 9h às 16h (acesso até às 15h30); aos sábados, das 9h às 13h (acesso até as 12h30). Endereço: R. Major Facundo, 154 - Centro. Entrada franca e aberta ao público. Necessário apresentar comprovante da terceira dose e utilização de máscara.
“Sinhá D’Amora”, na Galeria BenficArte
Em comemoração ao aniversário de 296 anos de Fortaleza, a mostra “Sinhá D’Amora” aprofunda aspectos da vida e da obra da consagrada pintora. Um memorial à artista foi montado no Centro Cultural Casa do Barão de Camocim em 2019. A exposição que chega ao shopping Benfica é uma mostra desse memorial.
No total, 14 obras restauradas, 22 medalhas, um troféu, um diploma e dois álbuns de fotografias do acervo pessoal de Sinhá D’Amora estão presentes na galeria. Nas peças, o público conhecerá a visão revolucionária das obras de Sinhá D’Amora, natural de Lavras da Mangabeira (CE), onde nasceu em 1906. Ela morreu no Rio de Janeiro no ano de 2002.
Com trânsito entre diversas escolas e tendências, a cearense mantinha os traços fiéis ao estado em que nasceu. Durante a carreira, ficou conhecida ainda pela luta para romper barreiras na arte antes dominada por homens.
Serviço
Período de exposição: até 30 de abril, de segunda a sábado, de 10h às 22 horas; domingos e feriados, de 11h30min às 21 horas. Endereço: Shopping Benfica (Av. Carapinima, 2200 - Benfica). Entrada gratuita.