QUE NEM TU: Deydianne Piaf e Mulher Barbada fazem um Carnaval para todo mundo no bloco Mambembe

A dupla drag elegeram o que vai bombar na festa popular em Fortaleza e ainda deu dicas para curtir a folia

Desde 2017, Deydianne Piaf e Mulher Barbada colocam seu bloco na rua e fazem um Carnaval cheio de representatividade e diversão em Fortaleza. Lá no início, com o Bloco das Travestidas, elas estavam juntas de suas companheiras de coletivo. Em 2023, a dupla drag se reinventou e estreou na folia momina com uma vontade de ganhar ainda mais espaço. Elas brilharam e, neste ano, estão com agenda lotada para quase todos os dias de festa, seja em programação privada ou dentro do ciclo carnavalesco promovido pela gestão municipal.

OUÇA UM NOVO EPISÓDIO A CADA QUINTA-FEIRA, NO SEU TOCADOR DE PODCAST PREFERIDO:

Spotify

Deezer

Apple Podcast

Amazon Music

Apaixonada pelo Carnaval, a dupla passou a trabalhar e a fazer uma multidão se divertir. "Trabalhar no Carnaval é uma alegria de fazer minha cidade viver essa alegria", relatou a  Deydianne no episódio desta quinta-feira (1°) do "Que Nem Tu". Barbada contou que, mesmo no início do projeto, quando tudo aconteceu despretensiosamente, elas sabiam que existia uma potência de festa para o público LGBTQPIA+.

"A gente entendia que o Carnaval poderia ser um lugar pra gente". A cantora disse que no primeiro ano o cachê foi simbólico. Elas subiram num trio elétrico, com banda e uma super estrutura. Foi um investimento caro iniciar um bloco como o delas. Hoje, com mais expertise, estrutura e voz ativa, Barbada e Deydianne entendem que consegue atingir o objetivo do bloco Mambembe. "Nossa intenção é fazer um carnaval pra todo mundo", afirma Mulher Barbada.

A diversidade está em cima do palco, na produção, no público e, claro, no repertório. Elas cantam do axé ao pagode- novidade de 2024-, passam pelo forrozão, homenageiam artistas e, claro, reforçam nomes da cena drag, como Pabllo Vittar e Gloria Groove. Nesta edição, o Mambembe também vai ter no repertório músicas de Sandy e Júnior, RBD e muito mais.

O que não cabe no bloco da diversidade? Elas reforçam que não entram canções que não cabem mais em nosso tempo por serem homofóbicas ou desrespeitosas com o público. "Eu odeio o Robocop Gay", bravou Deydianne. "Não é mais engraçado", completou Barbada.

Especialistas em diversão e com muitos Carnavais no currículo, elas também elegeram suas apostas para o que vai bombar neste ano. Falaram sobre fantasias que, provavelmente, encontraremos nos bloquinhos, apresentaram tendências de acessórios e deram até dicas de como se livrar do glitter.

Bloco Mambembe

Em 2017, surgia o bloco das Travestidas, que seria o primeiro bloco de Carnaval liderado por artistas drag queens, que levantava a bandeira da diversidade sexual e de gênero, com pessoas  LGBTQIAP+ nos palcos e nos bastidores. Em 2022, com o fim das Travestidas, o bloco se transformou em Mambembe, tendo Mulher Barbada e Deydianne Piaf à frente.

A drag queen Mulher Barbada, persona do multiartista Rodrigo Ferrera, é um dos principais nomes da cena musical cearense da atualidade. Cantora, atriz e performer, a artista mistura várias referên cias de seu repertório. Ela canta de Roberto Carlos ao axé, forró e funk. 

Deydianne Piaf leva o título de drag queen mais caricata do Ceará. Persona do ator e comediante Denis Lacerda, ela canta, dança, atua, modela e é mestre de cerimônias e DJ.