O cantor, compositor instrumentista e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil tomou posse como "imortal" na Academia Brasileira de Letras (ABL), aos 79 anos. A celebração ocorreu nesta sexta-feira (8), no Petit Trianon, no Centro do Rio.
Após posse, Gil ocupa a Cadeira 20 da Academia, que ficou vaga após a morte do advogado, escritor e jornalista Murilo Melo Filho, em maio de 2020. Em novembro de 2021, Gil foi eleito para a posição da ABL com 21 votos.
A cadeira 20 da ABL foi fundada pelo advogado, jornalista e romancista Salvador de Mendonça. Além disso, tem como patrono o médico e escritor Joaquim Manuel de Macedo.
A posição também foi ocupada por Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão, Aurélio de Lyra Tavares e Murilo Melo Filho, segundo a ABL.
Gil é o segundo negro a ocupar uma cadeira na ABL, do quadro atual de 36 membros da instituição. A primeira posse ocorreu com o professor de literatura carioca Domício Proença Filho, na ABL desde 2006.
Trajetória de Gilberto Gil
O soteropolitano Gilberto Gil passou a infância em Ituaçu, no interior da Bahia, onde o pai exercia a medicina, mas começou de fato a carreira artística em Salvador. Lá, ele se apresentava em escolas e clubes, chegou a compor jingles e escrever músicas para outros grupos.
O sucesso que se seguiria ainda não era certo para o jovem, então ele dividia o tempo entre os estudos e a música.
Em 1965, formou-se em administração na UFBA e chegou a participar de um programa de trainee na multinacional Gessy Lever, atualmente conhecida como Unilever.
Na época, porém, Gil já conhecia parceiros que levaria para o resto da vida, como Caetano Veloso, Vinicius de Morais, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Nana Caymmi e Elis Regina.
Ainda nos anos 1960, ele abandonaria a carreira de administrador de empresas e lançaria "Procissão", seu primeiro single oficial.
Movimento tropicalista
A partir daí, sua trajetória artística apenas ascenderia: Gil foi um dos criadores do movimento tropicalista e se tornou uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira.
O artista virou símbolo de resistência contra a ditadura militar, exilou-se do Brasil, fez um retorno triunfal e ganhou prêmios como o Grammy e o Grammy Latino.
Entre álbuns de estúdio, discos gravados ao vivo e compilações, Gil soma mais de 50 CDs lançados, com grandes clássicos da MPB como "Tropicalia ou Panis et Circensis", "Refazenda", "Expresso 2222", "Refavela" e "Realce".
Cenário cultural brasileiro
Fora dos palcos, Gil também se notabilizou na política. Foi vereador de Salvador entre 1989 e 1992 pelo então PMDB e ministro da Cultura do governo Lula entre 2003 e 2008 pelo PV, partido ao qual é filiado até hoje.
Em 1999, foi nomeado pela Unesco como Artista pela Paz. No âmbito da ONU, foi embaixador para agricultura e alimentação.
Além de ter sido um dos principais defensores da livre circulação de informação na internet.
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