Ministério da Justiça autoriza uso da Força Nacional nas buscas por foragidos de Mossoró

Serão mais 100 agentes e 20 viaturas na operação que visa recapturar os dois fugitivos do presídio de segurança máxima

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, autorizou o emprego da Força Nacional de Segurança Pública nas buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Ao todo, serão enviados 100 homens e 20 viaturas para reforçar a operação que chega ao sexto dia.

De acordo com o Ministério, a tropa se somará aos cerca de 500 agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e das forças locais que atuam na operação de recaptura dos detentos Rogério Mendonça e Deibson Nascimento. A medida atende o pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e foi acordada com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. 

A pasta também aponta que não há prazo para as buscas serem finalizadas. O trabalho é considerado complexo, principalmente por se concentrar em um terreno formado por matas, zonas rurais e com grutas. Mesmo com o monitoramento da Polícia Rodoviária Federal, a operação tem encontrado dificuldades por conta das vias vicinais e das casas esparsas na área.

INVESTIGAÇÃO

O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou ainda que há duas investigações em curso sobre o caso. Uma delas, de caráter administrativo, busca as responsabilidades da fuga, o que pode levar a um processo administrativo. A ação está sob o comando do titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia. 

Há também um inquérito no âmbito da Polícia Federal. O objetivo é apurar eventuais responsabilidades de natureza criminal das pessoas que, eventualmente, facilitaram a fuga dos dois detentos da penitenciária. 

BUSCAS REFORÇADAS NA DIVISA DO CEARÁ

As autoridades identificaram que o último sinal de celular obtido com os detentos foi registrado no sábado (17). Agentes envolvidos na ação acreditam que eles seguem na região de Riacho Grande, zona rural de Mossoró, que faz divisa com o Ceará, onde as buscas foram reforçadas.

Conforme as investigações, os celulares teriam ficado sem bateria. Rogério Mendonça e Deibson Nascimento invadiram uma casa em Riacho Grande, jantaram, levaram dois aparelhos, comida e água.

QUEM SÃO OS CRIMINOSOS?

Os detentos que fugiram foram identificados como Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35 anos. Ambos são naturais do Acre, e respondem por crimes como roubo, tráfico de drogas, organização criminosa e homicídio.

Eles são membros do alto escalão de uma facção criminosa de origem carioca, tendo atuação nacional e internacional.

Deibson Cabral, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho", está ligado em 34 processos na Justiça do Acre. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo e já foi condenado a 33 anos de prisão.

Já Rogério da Silva, o "Martelo", responde processos pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica. Ele foi condenado a 74 anos de prisão, respondendo a mais de 50 processos, e tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão.