Quem era o pastor Anderson do Carmo, 'filho' e depois marido de Flordelis

Anderson do Carmo foi morto a mando da ex deputada; entenda a história do casal

Escrito por Redação ,
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Legenda: A mulher foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão por mandar matar o pastor e esposo.
Foto: Reprodução/Instagram

A condenação da ex-deputada e cantora gospel Flordelis (PSD-RJ) pela morte do pastor Anderson do Carmo levou muitos a se questionarem como eles se conheceram. Anderson e Flordelis tiveram o primeiro contato quando a vítima ainda era adolescente, em 1993.

Na época, Flordelis estava recém-separada do primeiro marido, já tinha três filhos biológicos e cinco crianças acolhidas. Anderson começava a liderar um grupo de jovens na Assembleia de Deus.

Filho afetivo de Flordelis

O primeiro filho da ex-deputada, Wagner Pimenta, disse em depoimento no júri neste fim de semana que Anderson foi morar na casa deles também na condição de filho afetivo. Cinco anos após se conhecerem, Anderson e Flordelis casaram.

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A união só foi possível naquele momento porque o processo de adoção não tinha sido oficial. Eles permaneceram juntos por 25 anos, até o pastor ser assassinado em 2019 e o crime repercutir nacionalmente.

Histórico de Anderson e Flordelis 

Na década de 90, a união repercutiu quando o casal adotou 37 filhos de uma só vez. As crianças foram acolhidas após fugirem de uma chacina na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Juntos, fundaram a Comunidade Evangélica Ministério Flordelis. 

Flordelis começou a tentar seguir carreira política em 2004, mas só em 2018 conseguiu se eleger como a deputada mais votada do Rio de Janeiro, com 196.959 votos. 

A relação desandou devido às questões financeiras. Testemunhas disseram que os problemas do casal estavam relacionados à divisão do dinheiro da família. Anderson ficava com mais da metade dos ganhos e deixava o restante para a esposa. "Ele ficava com mais porque pagava as contas e mantinha a casa. Minha mãe ficava com o resto, para uso pessoal", disse Wagner no depoimento.

A mulher foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão por mandar matar o pastor e esposo. A vítima morreu na residência da família, em Niterói. Também foram julgados Simone dos Santos, filha biológica de Flordelis, André Luiz e Marzy Teixeira, filhos afetivos, e sua neta Rayane dos Santos.

Suposto abuso

Em depoimento nesse sábado (12), Flordelis havia negado o crime e relacionado a morte do pastor a supostos abusos que ela sofria dentro de casa.

Entre soluços e choro, Flordelis contou detalhes sobre supostas agressões e abusos cometidos durante o sexo. “Ele me batia. Alguns filhos entravam na frente. Ele só parou de me bater quando um pastor muito amigo dele me tirou do quarto e se colocou para conversar com ele a sós (...) Depois, ele voltou a ficar agressivo, na área sexual. Ele só sentia prazer se me machucasse – e me machucava. Ele só chegava às vias de fato se me machucasse.”

Apesar dos abusos por parte do marido, Flordelis conta que "morreu junto" com Anderson. “Metade da Flordelis morreu junto. Eu morri junto.” Chorando, ela disse que não tem que pagar pelos erros de ninguém e reforçou mais uma vez sua inocência.

“Eu não tenho que pagar pelos erros de ninguém. Há três anos estou pagando por uma coisa que eu não fiz. Eu estou sendo chamada de mandante do assassinato da pessoa que eu mais amei nessa vida.”

Flordelis respondia por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Marzy, André e Simone respondiam por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada; e Rayane, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.

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