Morre o empresário Pedro Herz, dono da Livraria Cultura, aos 83 anos

Em 1969, Pedro junto com a fundadora da marca, Eva Herz, sua mãe, inauguraram a loja da livraria no Conjunto Nacional, em São Paulo

Escrito por Redação ,
Legenda: Pedro Herz é natural de São Paulo e nasceu em 28 de maio de 1940

Morreu, nesta terça-feira (19), o empresário e escritor Pedro Herz, dono da Livraria Cultura, aos 83 anos. O filho do empresário, Sérgio Herz, CEO da Cultura, confirmou que o pai teve um ataque cardíaco durante a madrugada. O velório será na quarta (20), a partir das 10h, no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. O enterro será às 12h.

Pedro Herz é natural de São Paulo. Ele nasceu em 28 de maio de 1940, em uma família de judeus alemães que haviam chegado ao Brasil no ano anterior, fugindo do nazismo. Em 1947, a mãe dele, Eva, criou a Biblioteca Circulante, um serviço de empréstimo de livros que funcionava na casa da família e foi o embrião da Livraria Cultura. 

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A Biblioteca Circulante foi transformada definitivamente em Livraria Cultura no ano de 1969, quando saiu para uma loja do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Herz, sócio da empresa, já havia trabalhado na Livraria Basileia, em São Paulo, e vivido um tempo na Europa, onde lavou pratos e foi locutor da BBC.

Em 2001 Eva faleceu e o filho, Pedro Herz  assumiu definitivamente a empresa, comandou a expansão da rede e se tornou o maior livreiro do Brasil. A Cultura chegou a ter 18 lojas em várias capitais e um catálogo de nove milhões de livros. O ponto de destaque era a loja do Conjunto Nacional, que se consolidou como um dos mais prestigiados locais para lançamento de livros no país. 

Falência da Livraria

A Cultura foi até 2018 uma das principais redes de livrarias do país, mas entrou em recuperação judicial naquele ano com uma dívida reportada de R$ 285 milhões. 

Em 2019, o próprio empresário pediu à Justiça para entrar na lista de credores da empresa. Ele alegou ter sido avalista de um empréstimo de R$ 511 mil contraído pela Cultura junto ao Itaú. Quando a empresa entrou em recuperação judicial, o banco executou a cobrança das cotas de um fundo de investimento que Herz havia cedido como garantia.

Em 2023, a Cultura teve falência decretada e revertida duas vezes. Em fevereiro de 2024, a Justiça negou os recursos da empresa e autorizou a ordem de despejo da loja do Conjunto Nacional. Os proprietários do imóvel afirmam que os aluguéis atrasados desde 2020 já somam R$ 15 milhões. Em contrapartida, a Cultura alega que o fechamento da loja do Conjunto Nacional impossibilitaria a recuperação econômica da empresa.