Brasileiras presas na Alemanha relembram período detidas: 'sensação de injustiça'

Vítimas de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, as duas ficaram 38 dias privadas de liberdade em uma unidade prisional alemã

Escrito por Redação ,
Kátyna Baía e Jeanne Paolini, brasileiras presas injustamente na Alemanha, em entrevista ao Fantástico no dia 16 de abril de 2023
Legenda: Casal disse que passou frio e fome ao ser capturado no aeroporto de Frankfurt
Foto: reprodução/TV Globo

As brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini, que ficaram presas injustamente por mais de um mês na Alemanha, detalharam os momentos vividos no país europeu. O casal teve a etiqueta de identificação da bagagem trocada e foi detido no Aeroporto de Frankfurt sob a acusação de transportar 40 kg de cocaína nas malas.

Em entrevista ao Fantástico, exibida nesse domingo (16), as duas contaram que, ao serem capturadas no terminal aéreo, foram imediatamente separadas e colocadas em salas diferentes, onde ficaram algemadas pelas mãos e pelos pés por cerca de cinco horas. Durante este período, permaneceram sem acesso à comida e com frio. Segundo elas, só souberam o porquê de terem sido presas quando chegou uma intérprete. 

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"Após passarmos por uma humilhante revista íntima, fomos transferidas para um prédio provisório. Era um lugar frio, com cela suja e pessoas gritando e batendo nas portas. Desde aquele dia não dormimos mais. Ficávamos 16 horas por dia trancadas naquela cela", relatou a veterinária Jeanne ao programa da TV Globo

Ela relatou passar o tempo todo rezando e pedindo para a experiência ser somente um sonho. "A sensação de injustiça era muito grande. Ficar num presídio com você sabendo que era inocente. Isso dói muito mais". 

Naquele lugar tinha assassinas em série, incendiárias... Era insalubre de várias maneiras, mental e fisicamente", acrescentou Kátyna. 

No fim, o casal afirmou que a experiência ruim na Alemanha não as impedirá de continuar viajando. "Vamos continuar viajando, com malas de mão", disse Jeanne. 

A gente espera que a partir daqui muita coisa mude. A gente paga muito caro pelas bagagens e o mínimo que as companhias devem dar é segurança. Não desejo isso para ninguém. Não quero que ninguém na vida passe por isso que passamos", completou. 

As duas brasileiras retornaram ao Brasil, especificamente para Goiânia (GO), na semana passada, após a Justiça nacional enviar a confirmação das trocas das etiquetas realizada por uma quadrilha no Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, às autoridades alemãs, que liberou o casal na última terça-feira (11). Na sexta-feira (14), elas desembarcaram e se reencontraram com a família após 38 dias presas.   

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