Anvisa suspende venda e uso do 'chip da beleza' no Brasil; entenda motivos
O órgão recomenda os pacientes que utilizam o produto a procurar seus médicos e solicitar orientação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda e o uso de implantes hormonais, conhecidos como ‘chip da beleza’. Segundo o órgão, a medida preventiva foi adotada a partir de denúncias apresentadas por entidades médicas.
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De acordo com a Anvisa, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) identificou um crescimento do atendimento de pacientes com problemas devido ao uso de implantes que misturam diversos hormônios, em formato implantável.
Foram encontradas substâncias que não possuem avaliação de segurança para uso do implante.
Além disso, o órgão publicou um alerta para destacar sobre o produto para fins estéticos e de desempenho podem ser prejudiciais à saúde e não tem comprovação da sua segurança e eficácia para essas finalidades.
Anvisa recomenda notificar reação
A Anvisa recomenda os pacientes que utilizam esses produtos a procurar seus médicos e solicitar orientação em relação ao tratamento.
Qualquer paciente tiver reações pelo uso desse tipo de produto deve fazer a notificação neste link.
O que é o 'chip da beleza'?
Apesar do nome tecnológico, o 'chip da beleza' é um implante hormonal, colocado no corpo, na maioria dos casos, como tratamento para aumento de massa muscular, maior disposição física, crescimento da libido e perda de gordura corporal.
O dispositivo, inclusive, é bem simples. Com até 1,5 centímetros, ele é um bastonete de silicone, normalmente implantando na região do quadril em mulheres e na região do flanco em homens.
"Basicamente, ele é um dispositivo contendo hormônios, principalmente a gestirnona, um hormônio esteroide, que tem efeitos parecidos com a testosterona. A prescrição aumentou de forma preocupante no Brasil nos últimos anos", é o que pontua a Dra. Silvia Helena Rodrigues, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A promessa é de um tratamento individualizado, com o objetivo de suprir as carências hormonais de cada paciente. Assim, nesse caso, alguns profissionais apontam que a estética passa a ser consequência, enquanto a qualidade de vida seria o primeiro marco.
Normalmente, o chip pode conter testosterona, estrogênio, gestrinona ou progesterona, algo que pode ser definido conforme cada paciente.
Qual o valor?
Segundo sites especializados em saúde, a implantação do chip da beleza não tem um valor específico, mas pode custar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil. O valor pelo procedimento deve diferir de acordo com o hormônio e a quantidade utilizada.
O valor em questão é pago por 8 a 10 meses de duração. Como o implante é absorvido pelo corpo por meio do pump cardíaco, representando o aumento da frequência cardíaca, a absorção deverá ocorrer de forma diferenciada em cada paciente.
Quais os efeitos colaterais?
As mudanças prometidas no corpo, no entanto, podem vir junto de uma série de efeitos colaterais indesejados, como ocorreu com a cantora Flay, por exemplo. Segundo a artista, o inchaço corporal e a acne acentuada se tornaram constantes após a colocação do implante, o que também pode ocorrer em outros pacientes.
Um dos mais apontado em mulheres é a virilização do corpo. Dessa forma, surgem efeitos como acne, aumento de oleosidade de pele, queda de cabelo, aumento de pelos, mudança de timbre da voz e aumento do clitóris. Nos homens, também pode acarretar crescimento das mamas, como lembra a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Entretanto, outros também podem surgir ao longo da utilização, aparecendo tanto em mulheres como em homens. É o caso da resistência insulínica, hiperglicemia e até aumento do risco de trombose, ainda que esse último se apresente como um problema menos preocupante.
Em relação à Flay, muitos dos sintomas apareceram. "Começou a cair bastante meu cabelo. A minha pele foi a minha maior tristeza. O meu rosto começou a encher completamente de espinha. Foi com o chip que ganhei 10 quilos", relatou a ex-BBB ao 'Fantástico'.
Efeitos mais graves
Entre os efeitos mais grave, a Dra. Silvia Helena Rodrigues, da SBD, comenta os seguites elencados abaixo:
- Risco de infarto ou derrame cerebral;
- Risco de hepatite medicamentosa grave;
- Arritmia;
- Alteração na fertilidade masculina;
- Risco de câncer no fígado e próstata;
- Agressividade;
- Ganho de peso.