Últimas imagens de Henry Borel apontam que Monique e Jairinho demoraram 39 minutos para socorrê-lo

Perícia analisou os vídeos do elevador do prédio e viu que a criança foi levada ao hospital às 4h09

Ao analisar imagens do elevador, os peritos responsáveis pelo caso do menino Henry Borel identificaram que ele já estava morto quando foi levado ao hospital. Diante disso, a Polícia Civil investiga se a mãe da criança, a professora Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (sem partido), demoraram 39 minutos para socorrê-lo. 

As informações são do portal G1. A última imagem de Henry foi registrada às 4h09 de 8 de março. Para os investigadores, a esta hora, o garoto, que estava no colo da mãe, já estava morto.

“Os peritos conseguiram congelar essas imagens e viram que, pelo modo que ele estava, pelo rosto, que ele já estava morto naquele momento”, diz a perita criminal Denise Gonçalves Rivera.

De acordo com o depoimento de Monique, ela teria acordado por volta de 3h30 e encontrou Henry caído. As imagens do elevador, porém, mostram que ela saiu de casa para levar a criança à emergência às 4h09. Ou seja, 39 minutos após se deparar com o filho caído no chão. 

Depoimento 

Os investigadores do 16° Distrito Policial concluíram que Henry foi assassinado com emprego de tortura e sem chance de defesa. 

Conforme o depoimento de Monique e Jairinho, o casal estava assistindo a uma série na sala do apartamento, e o filho acordou três vezes com o barulho da televisão. "É possível que Henry tenha sido agredido cada vez que ele ia reclamar", disse Denise.

Segundo as investigações, Henry era agredido constantemente pelo vereador com bandas, chutes e pancadas na cabeça. Monique tinha conhecimento da violência desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos. 

Dr. Jairinho e Monique foram detidos por policiais da 16ª DP após a juíza Elizabeth Louro Machado, do II Tribunal do Júri da Capital, expedir mandados de prisão temporária por 30 dias. Eles estão presos em uma penitenciária do RJ. 

O casal deve ser indiciado após a conclusão do inquérito policial, que analisa o testemunho de mais de quinze pessoas e o material dos celulares apreendidos. 

Dr. Jairinho é apontado pela investigação como o autor das agressões que resultaram na morte do menino. Monique, que já sabia das rotinas de agressões, pode ser responsabilizada pela omissão. 

COMPORTAMENTO DO CASAL 

Os celulares do casal e de outros envolvidos no caso foram apreendidos no início das investigações. A polícia descobriu que Dr. Jairinho e Monique apagaram conversas de seus telefones e suspeitam que tenham trocado de aparelho. 

A partir de um software israelense, o Cellebrite Premium, comprado pela Polícia Civil no último dia 31 de março, foi possível recuperar o conteúdo.

Durante a prisão, na quinta-feira, o casal tentou se livrar dos celulares que usavam, jogando os aparelhos pela janela. A polícia conseguiu recuperar os celulares. 

O vereador tem um histórico de violência. A polícia investiga se ele agrediu duas crianças, filhos de suas ex-namoradas. Uma das crianças, hoje com 13 anos, prestou depoimento à polícia e contou sobre agressões que sofreu quando tinha cinco anos.

Monique também chamou atenção dos policiais por seu comportamento após a morte do filho. Antes de ir à delegacia, no início das investigações, ela trocou de roupa duas vezes até escolher um modelo branco. 

No dia seguinte ao enterro, ela passou a tarde no salão de beleza para fazer as unhas e o cabelo.

Entenda o caso

Henry Borel morreu na madrugada de 8 de março, no apartamento em que vivia com Monique e Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca. Segundo as investigações, Henry era agredido pelo vereador com bandas, chutes e pancadas na cabeça. Monique tinha conhecimento da violência desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos. 

Henry foi levado pela mãe e pelo padrasto ao hospital Barra D'Or na madrugada de 8 de março e já chegou à unidade sem vida.