Arthur Rondini, de 49 anos, é um empresário investigado pela Polícia Federal por lavar dinheiro utilizando animais empalhados, mantidos na casa dele, em um condomínio de luxo em São José do Rio Preto, no Interior de São Paulo. A história do caçador profissional foi retratada em reportagem do Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (16). Conforme a PF, o suspeito possui 19 bichos trazidos da África e teria movimentado, de forma ilegal, cerca de R$ 3 bilhões durante quatro anos. Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão na última terça-feira (10).
A PF aponta que Rondini estaria ligado à extração e comércio ilegal de ouro em garimpos do Mato Grosso e Pará. Todos os animais foram apreendidos pela Polícia como parte do bloqueio de bens do suspeito. Ao todo, a Justiça decretou o bloqueio de até R$ 1,3 bilhão.
A reportagem citou que o empresário é caçador profissional de animais e trazia os bichos para o Brasil. Da "coleção pessoal" de Rondini, que conta com 19 animais, apenas sete possuem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Os advogados do empresário frisaram que ele é inocente da acusação de lavagem de dinheiro. Ainda afirmaram que Rondini é Colecionador, Atirador Desportivo (CAC) e que os animais foram importados legalmente.
Animais utilizados para lavagem de dinheiro
Ao caçar os animais, Rondini enviava as peles para o serviço de taxidermia, conhecido como empalhamento. O procedimento pode custar R$ 100 mil por animais. A prática deve ter autorização do Ibama no Brasil.
A Polícia Federal acredita que as viagens para caça e os procedimentos de empalhamento eram bancados pela lavagem de dinheiro do comércio e extração de ouro em garimpos.
Segundo o Ibama, foram encontrados 11 cabeças de animais e uma ave taxidermizados. Hipopótamo, girafa, búfalo, gnu e leão estão entre as espécies da "coleção" do empresário.
Embora tenha sete animais com documentação, o Ibama explicou que diversas peças não cumpriam as exigências legais.