Capitólio: polícia investiga se houve participação de terceiros em desabamento

Segundo o delegado Marcos Pimenta, foram ouvidas 17 testemunhas após o acidente

Os detalhes sobre o que ocasionou o desabamento de um paredão de rochas que provocou a morte de dez pessoas no Capitólio, em Minas Gerais, no último sábado (8), permanecem sem elucidação. Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (14), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que trabalha com duas hipóteses: ação de terceiros ou desastre natural.  

Segundo o delegado Marcos Pimenta, foram ouvidas 17 testemunhas após o acidente, entre feridos, prefeitos e proprietários de lanchas. “Hoje pela manhã, em Belo Horizonte, também colhemos depoimentos de três pessoas de uma mesma família. É um trabalho que requer muita calma e serenidade, para, ao final do inquérito, apresentarmos o melhor resultado à sociedade”, destacou.

Na quinta-feira (13), especialistas em geologia foram deslocados para iniciar uma perícia criminal no trecho onde está localizado o cânion que causou o acidente. “Não estamos poupando nenhum esforço. Nosso foco não é procurar culpados, e sim encontrar respostas para, assim, apresentar um inquérito policial robusto que poderá, inclusive, servir de parâmetro para que outras tragédias como essa sejam evitadas futuramente”, afirmou Pimenta.

De acordo com a polícia, esses tipos de placas rochosas, que estavam na região do acidente, têm a tendência de se desprenderem de maneira natural. Entretanto, a  investigação tenta saber se houve ou não interferência de terceiros para a aceleração do processo. “Isso só poderemos dizer ao final das investigações. Se houver uma entidade ou indivíduo que, de alguma forma, tiver contribuído para a aceleração da queda dessa placa, com certeza será responsabilizado criminalmente”, assinalou Pimenta.

Inquérito do MP para apurar conduta no Capitólio

Na última quarta-feira (12), o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) instaurou um inquérito civil para apurar a conduta do município de Capitólio na tragédia.

De acordo com a publicação, a prefeitura tem cinco dias para enviar informações sobre o risco existente para turistas, tanto na região dos cânions quanto em outros locais, além de esclarecimentos em relação a desabamento de rochas, deslizamentos ou a inundações bruscas.