Em protesto contra a alta dos preços de alimentos e a gravidade do cenário da fome no Brasil, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam a sede da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, na tarde desta quinta-feira (23). Manifestantes ainda pautaram o aumento da inflação e a desigualdade no País.
Segundo a assessoria de imprensa da B3, a manifestação terminou por volta das 16h e foi tranquila. Militantes ocuparam o hall da entrada do prédio com bandeiras e palavras de ordem contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Eles faziam uma passeata no centro histórico paulistano e entraram correndo no edifício, sem que os seguranças pudessem conter o grupo. O ato começou por volta das 13h;
Insegurança alimentar no Brasil
"É inadmissível que quase 100 milhões de brasileiros estejam em situação de fome e insegurança alimentar enquanto os bilionários movimentam R$ 35 bilhões por dia só aqui na Bolsa", disse a líder sem-teto Debora Pereira, segundo uma nota divulgada pelo grupo.
"Alguém está ganhando muito dinheiro com a fome do brasileiro e isso nós não podemos aceitar.". Em frente ao painel informativo com as cotações do dia, manifestantes exibiam uma bandeira do Brasil estilizada com a palavra "fome".
Um cartaz também trazia a frase "sua ação financia nossa miséria". Outros continham mensagens de indignação com a inflação no País.
Manifestação pacífica
Os sem-teto dizem que elegeram o local como uma espécie de símbolo da concentração de renda e da especulação financeira, enquanto tentam chamar atenção para o desemprego e a pobreza. Eles também criticam o apoio de parte dos grandes empresários do País ao governo Bolsonaro, que também é alvo da manifestação.
O movimento ressalta que entrou no local de forma pacífica. A B3 informou que o MTST desocupou o seu prédio, na Rua 15 de Novembro, centro de São Paulo. Segundo a Bolsa, os manifestantes continuam do lado de fora do imóvel.
Por volta de 14 horas desta quinta-feira, 23, o MTST ocupou o lobby térreo do prédio da B3 durante um protesto.
A Bolsa informou que os manifestantes permaneceram no lobby, que tem acesso público, e não tentaram acessar outras áreas do prédio.