Mais dois alunos são investigados por suspeita de participação em ataque a escola em SP

Novas imagens das câmeras de segurança mostram que um aluno conversou com o autor do crime momentos antes de morte da professora

Mais dois alunos da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo, estão sendo investigados pela Polícia Civil sob suspeita de participação no ataque que resultou na morte de uma professora de 71 anos e deixou outras cinco pessoas feridas, sendo três docentes e dois estudantes. Em depoimento, os dois jovens negaram qualquer colaboração com o adolescente autor do crime. As informações são do jornal O Globo.

Segundo Marcus Vinicius Reis, delegado responsável pela investigação, novas imagens das câmeras de segurança da escola mostram que um aluno conversou com o autor do ataque e entrou, junto com ele, no banheiro do colégio antes do crime.

Esse segundo aluno saiu do local instantes antes de o colega sair, já usando a máscara quando começou a agredir com golpes de faca alunos e professores.

"Até então esse aluno não figurava no nosso radar. Ele é suspeito de efetivamente ter participado ou auxiliado. Nós temos uma faca e um pedaço de tesoura, então estamos avaliando se algum desses instrumentos utilizados no crime foi efetivamente fornecido por esse jovem. Isso ainda não está fechado. Temos um tempo para trabalhar essas hipóteses investigativas de coautoria, seja na instigação, seja no induzimento ou seja no auxílio material", afirmou o delegado.

Já outro estudante é suspeito de ter encorajado o atentado por meio das redes sociais.

Autor do crime está detido

O adolescente autor do ataque está detido provisoriamente em uma unidade da Fundação Casa. Conforme determinação da Justiça, ele deverá permanecer no local por até 45 dias. A permanência em detenção será reavaliada em audiência marcada para 4 de abril.

Ainda de acordo com o delegado Marcus Vinicius Reis, o aluno demonstrou "frieza" e “sem muita emoção” ao dar detalhes sobre o atentado. Ele também disse que pretendia comprar uma arma de fogo e que treinava os golpes com a faca em um travesseiro.

DENÚNCIA ANTERIOR

O aluno já tinha reclamações da antiga escola registradas há um mês. Conforme o boletim de ocorrência (BO) a qual o portal Metrópoles teve acesso, a Escola Estadual José Roberto Pacheco alertou as autoridades sobre o comportamento suspeito do adolescente.

Segundo o BO registrado no 1º Distrito Policial de Taboão da Serra, a escola afirmava que o jovem apresentava comportamento suspeito nas redes sociais e publicava vídeos portando arma de fogo, simulando ataques violentos. De acordo com a escola, o adolescente teria enviado mensagens com fotos de armas a colegas. Com o ocorrido, os pais do aluno foram convocados a escola, na época.