O vereador Gabriel Monteiro (PL) confirmou, nessa terça-feira (21), que ofereceu dinheiro para uma pessoa em situação de rua praticasse um crime na Lapa, Rio de Janeiro. "Paguei sim", disse o político aos jornalistas, mas, segundo ele, a ocasião se tratava de um experimento social, uma campanha contra o feminicídio. A informação é do O Globo.
A declaração aconteceu no mesmo dia em que o delegado Luis Maurício Armond, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) e o policial militar Pablo Foligno prestaram depoimento na Comissão de Ética da Câmara Municipal do Rio, no processo contra o parlamentar.
O titular da Polícia Civil, convocado pela defesa de Gabriel Monteiro, explicou que um dos crimes que ele está sendo investigado é o de exposição de pessoas em estado de vulnerabilidade. Segundo ele, conforme a lei, forjar um crime é ilegal, independente de ser ou não um experimento.
"A simulação tudo bem, mas a exposição é real. Está se simulando uma situação, mas nem todos os personagens, pelo que está sendo apurado, estariam cientes disso. Então não seria só uma encenação, teria a possibilidade de acontecimentos imprevisíveis. O risco é real", detalhou aos jornalistas.
Vereador deve ser indiciado por crime sexual
Conforme Armond, Gabriel Monteiro sabia estar gravando uma relação sexual com uma menor de idade. O inquérito que trata sobre o assunto deve indicar a prática de suposto crime sexual, conforme o relator do caso, vereador Chico Alencar (PSOL).
"O delegado da 42 confirmou que o inquérito que aborda a questão que ofende violentamente o Estatuto da Criança e do adolescente da menor de idade está parcialmente concluído com a aferição de crime sexual, a ciência de que ela era menor de idade, a ciência por parte do vereador, a filmagem e armazenamento, que por si só, segundo o delegado, já configuram um delito", disse Alencar.
Segundo o relator do caso, que pode levar à cassação de Gabriel Monteiro, outras investigações por suposto peculato, coação e uma apuração preliminar por estupro estão em andamento.
"Há ainda outras investigações em curso sobre constrangimento de menores, coação de testemunhas, suborno, peculato e investigação preliminar, porque ainda faltam as testemunhas na sede do inquérito, de estupro. É um cenário com alguns elementos probatórios substantivos, disse o delegado. As perícias estão em andamento", afirmou.
O vereador responde por supostos crimes de estupro, assédio e de manipulação de vídeos nas redes sociais.
Após prestar depoimento por cerca de duas horas, Luis Armond afirmou que as investigações devem ser concluídas em até 30 dias: "Já houve o indiciamento com relação a filmagem de uma menor. Com relação aos outros fatos, ainda estão sendo avaliadas as provas e o contexto fático. Está sendo apurado a exposição de pessoas em vulnerabilidade, coação no curso do processo, peculato, em relação a utilização de servidores em funções diferentes do que deveriam ter", afirmou.
A defesa do vereador, representada pelo advogado Gabriel Lima, diz que a jovem filmada em uma relação sexual com o vereador "sempre disse" para o parlamentar que tinha 18 anos na época do relacionamento dos dois.
"O depoimento foi conciso no sentido de afirmar que o depoimento da menor foi colhido dentro do que determina a lei. A declaração, contida no depoimento dela, em que ela afirma que sempre disse ao vereador Gabriel Monteiro que tinha 18 anos. Isso foi uma colocação dela. A autoridade policial afirma ainda que as investigações em curso foram feitas com base nas acusações de ex-assessores que desde o inicio vem fazendo as mesmas acusações", disse.
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