Funcionários que cometeram racismo contra Porta Bandeira da Portela são demitidos

Vilma Nascimento foi abordada em loja do Aeroporto de Brasília

Os funcionários que abordaram a ex-porta-bandeira da escola de samba Portela, Vilma Nascimento, de 85 anos, foram demitidos pela Dufry Brasil. Vilma denunciou que sofreu uma abordagem racista em uma loja do Aeroporto de Brasília em 21 de novembro.

Vilma estava em Brasília para receber uma homenagem no Dia da Consciência Negra na Câmara dos Deputados e estava à espera de seu voo de volta quando ocorreu o episódio.

Segundo a porta-bandeira, ela estava na loja Duty Free Shop para comprar um refrigerante, local onde antes viu alguns perfumes, mas não comprou. 

Um segurança da loja disse que precisava levar ela a um local reservado para checar sua bolsa. Os momentos seguintes foram gravados pela filha dela, Danielle, que insistiu que a bolsa fosse aberta logo, pois elas perderiam o voo. 

Em nota, a Dufry Brasil disse que apurou internamente a situação e decidiu demitir os funcionários envolvidos por "quebra dos protocolos da empresa". A empresa ressaltou no comunidade que "repudia veementemente qualquer tipo de discriminação por raça, gênero, orientação sexual, religião, idade ou deficiência".

Traumatizada

Segundo o relato de Danielle nas redes sociais, nenhum outro passageiro foi revistado no local. Ela afirmou que o momento foi constrangedor e traumático para sua mãe.

"Minha mãe ficou surpresa, revoltada e envergonhada porque a revista foi no meio da loja na frente de clientes e outras pessoas. Foi muito constrangedor. Estamos tristes e traumatizadas até agora. Foi um absurdo!! Cheguei a perguntar se ela estava fazendo isso conosco por causa da nossa cor", disse.

A concessionária do aeroporto de Brasília, a Inframerica, disse que repudia ações discriminatórias. 

Portela repudia 

Em nota, a Portela repudiou a situação e disse que "a luta por uma sociedade mais justa e humana passa pelo combate ao racismo" e solicitou rigor nas investigações.

"É uma sambista de destaque, que trás na pele a marca de nossa ancestralidade. O constrangimento, demonstrado nas imagens divulgadas, é sentido por todos que temos no samba parte importante de nossa identidade, e que enxergamos em Vilma uma de nossas grandes referências", diz posicionamento.