Empresário é preso por extorquir e perseguir mulher após término no Rio de Janeiro

Acusado teria ameaçado ir até a escola em que a filha da vítima estuda

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) prendeu, nessa terça-feira (1º), um homem suspeito de extorquir e perseguir uma mulher, que conheceu em um aplicativo de relacionamentos. O empresário Bruno César Roxo Ferreira, de 36 anos, foi capturado em sua casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. As informações são do Extra.

Conforme informado pela vítima à polícia, a mulher saiu com o acusado durante duas semanas, no início deste ano. Entretanto, ao tentar pôr fim no envolvimento, começou a receber mensagens ofensivas e ameaças através das redes sociais. Em uma delas, Bruno escreveu: “Burra, idiota. Se eu te pegar, te mato. Você me fez passar vergonha”.

Em outro contato, o suspeito a acusou de enganá-lo, alegando que ele teria gastado dinheiro, e, em troca, ela não teria sequer “retribuído” com beijos ou relações sexuais. O homem, então, começou a exigir que a vítima devolvesse a quantia.

Bruno César ainda tentou se aproximar dos amigos da mulher, e chegou a ameaçar ir até o colégio em que a filha da vítima estuda.

De acordo com a PCERJ, a ocorrência não é um caso isolado: o empresário é apontado como autor de uma série de investigações policiais por constranger e ameaçar mulheres, para que satisfaçam suas vontades.

OUTROS CASOS

Além da mulher, o suspeito também já ameaçou ex-namoradas, uma locatária de imóvel e uma funcionária bancária.

Ao O Globo, uma das ex-companheiras de Bruno revelou ter enfrentando o mesmo comportamento ao terminar com o homem, em janeiro. A relação, que também começou em um aplicativo de relacionamentos, durou seis meses.

“No início, ele parecia pessoa ser uma pessoa inteligente, além de super agradável e carinhosa. [...] Mas, com o tempo, comecei a perceber que ele surtava em alguns momentos e passava a ser agressivo, me humilhar, me constranger e ainda caluniar meus amigos”, revelou.

Para a mulher, o empresário disse possuir uma pistola, e tentou intimidá-la, afirmando que a “entupiria de tiro” e a esfaquearia. O acusado, ainda, a ofendeu com termos pejorativos.

“Quando o bloqueei no celular, ele criou mais de dez perfis fakes nas redes sociais, inclusive no WhatsApp. Mandava mensagem como se fosse outra pessoa elogiando ele mesmo. Também chegou a mandar e-mail para o meu trabalho tentando me demitir e até a ir até os meus amigos. A especialidade dele é terror psicológico, mas cheguei a temer pela minha vida.”

Com medo, a mulher buscou ajuda na Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) de Jacarepaguá.

STALKING

Sancionada em 2021, a Lei 14.132 transforma, em crime, o ato de perseguir um indivíduo, de maneira reiterada ou constante, com ameaças à sua integridade física ou psicológica, provocando constrangimentos e intimidações que resultem em restrição ou perturbação de sua liberdade ou privacidade.

O delito, que é conhecido como “Stalking”, tem pena prevista de 6 meses a 2 anos de prisão, e multa. A condenação, no entanto, pode receber um aumento de até a metade da pena, caso o crime seja praticado nas seguintes situações:

  • Contra criança, adolescente ou idoso
  • Contra mulher por razões da condição de sexo feminino
  • Por 2 ou mais pessoas ou com uso de arma.