Dono de Porsche acusado de matar motorista paga fiança de R$ 500 mil e oferece 'pensão' à família

Defesa do acusado não especificou período em que duraria a ajuda financeira

Fernando Sastre de Andrade Filho, dono de Porsche acusado de matar um motorista de aplicativo em um acidente de trânsito, apresentou à Justiça um comprovante de depósito em conta judicial no valor de R$ 500 mil como fiança, nesta sexta-feira (12). Ele também ofereceu um salário mínimo mensal (R$ 1.412) à família de Ornaldo da Silva Viana, vítima do caso. As informações são do g1.

Em petição, a defesa do acusado disse que está “sensível ao momento” e que ficou sabendo, por meio da mídia, que a família de Ornaldo enfrenta dificuldades financeiras. Com isso, a pensão foi oferecida, mas não há especificação acerca do período em que duraria a ajuda financeira.

Os advogados de Fernando alegaram que, anteriormente, tentaram oferecer “as assistências necessárias”. O apoio teria sido negado pela defesa de familiares da vítima ao apontar que “não era o momento”. 

Responsável por estabelecer a fiança, o juiz da 1ª Vara do Júri da capital disse que o objetivo é "garantir uma eventual reparação futura ao amigo ferido e à família de Ornaldo Viana". Segundo o magistrado, o valor é proporcional e adequado, "tendo em vista sua condição socioeconômica e necessidade de garantir eventual reparação de danos à vítima sobrevivente e aos familiares da vítima fatal.”

A defesa da família de Ornaldo ainda não se manifestou.

USO DE BEBIDA ALCOÓLICA

Amigo do motorista do Porsche que estava no veículo durante a colisão, Marcus Vinicius Machado Rocha, 22, foi ouvido pela Polícia Civil na quinta-feira (11), no hospital São Luiz Anália Franco, onde está internado. 

Ele confirmou a um delegado e a um investigador que o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho ingeriu bebida alcoólica e acelerou o carro antes de colidir com a traseira do Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, segundo uma apuração do g1 e da TV Globo.

O caso é investigado pelo 30º Distrito Policial de São Paulo.

Indiciado por homicídio por dolo eventual

Fernando não precisou ser hospitalizado. O empresário foi indiciado por homicídio por dolo eventual, por ter assumido o risco de matar alguém; por lesão corporal, devido aos machucados de Marcus, e por fuga do local do acidente para não fazer o teste do bafômetro.

À Polícia, o suspeito negou ter bebido ou fugido. No entanto, admitiu que dirigia "um pouco acima do limite" permitido para a via, que é de 50 km/h.

Embora a namorada do empresário tenha confirmado a versão dele, outras testemunhas relataram à Polícia que Fernando tomou "alguns drinks" e apresentava sinais de embriaguez. Uma dessas pessoas foi, inclusive, a namorada de Marcus.

A defesa do empresário alega que o acidente foi uma "fatalidade". Os crimes são respondidos por Fernando em liberdade, mas ele teve de entregar o passaporte à Polícia Federal e pagar uma fiança de R$ 500 mil. Além disso, teve sua habilitação suspensa provisoriamente.